Título: Abates na região podem chegar a 20 mil
Autor: A. B., Chico Siqueira, João N. e José A. Pedriali
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/11/2005, Economia & Negócios, p. B3

O governo federal começa hoje a indenizar os pecuaristas de Mato Grosso do Sul que tiveram de sacrificar seus animais por causa do foco de febre aftosa. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, estará em Eldorado, onde foi detectado o primeiro foco. Já são 21 focos confirmados da doença no Estado, todos notificados pelo Brasil à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Numa primeira etapa, serão pagos R$ 10 milhões em indenizações, por cerca de 2 mil cabeças de gado. No total, estão liberados R$ 33 milhões, como determina a Medida Provisória 265, editada sexta-feira. O montante deve atender aos produtores de Mato Grosso do Sul e do Paraná, mas os recursos reservados aos paranaenses só será liberado com a confirmação dos focos, o que ainda não ocorreu.

Dos R$ 33 milhões, R$ 20 milhões serão gastos com as indenizações, R$ 6 milhões para garantir renda aos pecuaristas que tiveram o rebanho sacrificado, mais R$ 6 milhões para ações de controle na fronteira e o restante R$ 1 milhão para outras ações.

O diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro), João Cavalléro, disse ontem que a definição do valor sairá do preço da arroba no momento em que a propriedade for interditada. O Estado apurou que o valor que será recebido pela Fazenda Vezozzo, onde houve o primeiro sacrifício do rebanho, é de R$ 358 mil, o que significa um valor médio pouco superior a R$ 600 por animal.

ELIMINAÇÃO DO VÍRUS: A Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro), de Mato Grosso do Sul, revê a quantidade de gado que terá de ser abatido para eliminar o vírus do sul do Estado. O governo federal já fala em 20 mil reses, depois de chegar a divulgar que seria necessário sacrificar 6,4 mil animais. "Estamos vendo neste momento qual a zona focal que deve ser alvo de uma eliminação total", diz João Cavalléro, diretor-presidente da Iagro. Até agora, foram sacrificadas 2 mil reses. Informações do governo sul-mato-grossense apontam para um número entre 15 mil e 17 mil animais.