Título: Contrato entre BB e amigo de Palocci pode ter investigação
Autor: Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/11/2005, Nacional, p. A4

CONVOCAÇÃO: O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), quer que a CPI dos Bingos apure o repasse de R$ 9,4 milhões do Banco do Brasil para a Soft Micro Tecnologia da Informação Ltda., do empresário José Roberto Colnaghi, amigo do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e dono do avião Sêneca PT-RSX, que teria transportado dólares cubanos para a campanha de Lula à Presidência em 2002. Virgílio disse que vai pedir à CPI a convocação do vice-presidente de Agronegócios e Governo do BB, Ricardo Alves da Conceição, para ele explicar os motivos pelos quais o banco repassou, por intermédio do governo de Tocantins e sem licitação pública, R$ 9,4 milhões à Soft Micro. Conceição assinou o convênio de cooperação técnico-financeira autorizando o repasse de R$ 12 milhões - R$ 2,6 milhões foram para outra empresa, Techne Engenharia e Sistemas. Por conta das denúncias dos dólares cubanos, a convocação de Colnaghi já havia sido solicitada pelo senador. "Temos que saber os motivos que levaram o banco a repassar uma quantia tão grande a uma empresa desconhecida. A Soft Micro não caiu de pára-quedas no Tocantins", afirmou Virgílio. Para o senador, o repasse é suspeito porque foi feito sem licitação pública e envolve um amigo de Palocci. Ele diz que também vai pedir à CPI que cobre explicações do secretário da Administração de Tocantins, Eugênio Pacelli Coelho, autor da portaria que dispensou a licitação pública.