Título: Decisão surpreende o mercado financeiro
Autor: Paulo Sotero
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/11/2005, Economia & Negócios, p. B1

O anúncio da ida de Joaquim Levy para o Banco Interamericano de Desenvolvimento causou perplexidade no mercado financeiro e até mesmo no governo. "Será uma perda, ele é um dos pilares mais importantes do ministro da Fazenda e um dos principais formuladores de política econômica", disse Paulo Leme, diretor do Goldman Sachs. Segundo Ilan Goldfajn, ex-diretor do Banco Central, Levy é "um ótimo economista, e muito trabalhador, do tipo que chega a mandar e-mail às 2h da manhã".

No outro pólo do espectro ideológico, o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Carlos Lessa disse que, "do ponto de vista teórico e doutrinário, o Levy é um neoliberal impecável, muito bem preparado. "Pessoalmente, não gosto do neoliberalismo", acrescentou.

Para Lessa, o poder de dizer "não" a liberações orçamentárias faz da Secretaria do Tesouro "a cadeira mais poderosa da República". E acrescentou que "o Levy era o executivo mais importante do governo Lula, disparado".

Segundo ele, Levy freqüentemente barrou as operações entre o BNDES e Estados, municípios e entidades federais.