Título: Dólar tem 10.ª queda e vai a R$ 2,163
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/11/2005, Economia & Negócios, p. B12

O dólar teve ontem a décima queda consecutiva, de 0,28%, para R$ 2,163, ainda o nível mais baixo desde abril de 2001, mas para segunda-feira espera-se uma forte reação do comercial. O motivo é o anúncio do Banco Central de que a periodicidade dos leilões de swap cambial reverso deixará de ser semanal, e ocorrerá quando as condições de mercado exigirem. Ou seja, dependendo do caso, o BC poderá fazer mais de um leilão por semana. Desde 9 de março não ocorrem leilões desse tipo. A correção também é esperada porque a moeda americana já acumula um recuo de 5,59% nesses 10 dias. Para os operado res, o BC deverá continuar comprando dólares, a exemplo do que fez ontem.

No mercado futuro, todos os contratos negociados projetaram queda, e o paralelo avançou 0,53%, para R$ 2,443.

O Ibovespa caiu 0,70%, puxado pela queda das ações da Petrobrás e pela informação de que Joaquim Levy deixará o Tesouro Nacional em dezembro, indo para o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Como a notícia foi divulgada após o encerramento dos pregões, os demais mercados só deverão reagir a ela na segunda-feira. Os juros futuros ficaram praticamente estáveis e o risco país subiu 0,29%, para 348 pontos. O mercado de títulos da dívida externa não funcionou nos Estados Unidos por causa do meio-feriado do Dia do Veterano.

O lucro da Petrobrás ficou R$ 1 bilhão abaixo das previsões dos analistas e deixou a Bovespa instável. O movimento financeiro ficou em apenas R$ 1,384 bilhão, com os papéis da estatal liderando as vendas. Petrobrás PN chegou a cair 4,03%, de manhã, e fechou em baixa de 2,96%. O papel ON recuou até 4,42% e encerrou em queda de 2,51%. Além do balanço abaixo do esperado, comenta-se que a estatal pode ter sido prejudicada por uma realização mundial de ativos de petróleo, que teria começado recentemente.

As maiores altas do Ibovespa foram de Contax PN (2%), Siderúrgica Nacional ON (1,80%) e Bradesco PN (1,48%). As maiores quedas foram de NET PN (5,88%), Embraer ON (4,10%) e Embratel Par PN (3,61%).

No mercado de juros, não houve tempo para uma reação à saída de Levy, mas os operadores estavam calmos. "Se até uma possível saída do Palocci o mercado relativizou", ironizou um deles.