Título: Ameaça de seqüestro assusta deputada
Autor: Denise Madue¿
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/11/2005, Nacional, p. A8

Petista reforça segurança após ligação para seu escritório em S. J. dos Campos

São José dos Campos - A deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), principal defensora do ex-ministro José Dirceu no processo de cassação que corre no Conselho de Ética da Câmara, foi alvo de uma ameaça de seqüestro na última terça-feira. Um telefonema anônimo ao escritório político da deputada, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, informava que Guadagnin tinha sido seqüestrada e que horas mais tarde a quadrilha ligaria para negociar o resgate. "Daí foi meia hora de muito sufoco para meus assessores e minha família, até que eles conseguissem me localizar na Câmara", contou a deputada. O impasse só foi desfeito depois que a família falou com a deputada por telefone. O autor da ligação não fazia referência alguma à crise política. "Disseram que ligariam mais tarde para negociar o resgate", disse ela.

Diante do trote, Guadagnin não teve dúvidas. Registrou o fato na Polícia Federal e reforçou os cuidados com a segurança pessoal e da família. "Por cautela tomo mais cuidado, não ando sozinha."

No Vale do Paraíba, ontem, a deputada falou sobre a possível cassação de Dirceu. "Não sei se será cassado porque não conversei com os 512 deputados, mas muitos disseram que votarão contra. A gente não pode condenar sem ter certeza. O Sandro Mabel (PL-GO)por exemplo e outros três deputados foram absolvidos porque não foi comprovada culpa", afirmou ela, que pediu vistas várias vezes durante a tramitação do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pedindo a cassação de Dirceu. Para Guadagnin, não há condenações comprovadas contra o deputado petista. "Não há provas testemunhais nem documentais. Quem condena sem provas também é antiético. Estou firme nos meus propósitos."