Título: China apura 3 casos suspeitos de gripe aviária, com 1 morte
Autor: Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/11/2005, Vida&, p. A16

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou ontem que as autoridades chinesas investigam três casos suspeitos de gripe aviária em humanos na Província de Hunan, região central. Uma pessoa morreu e outras duas estão em situação estável. A suposta primeira vítima do vírus na China é uma menina de 12 anos chamada He Yin, que morreu em outubro após ter comido frango em Wantang, onde foi detectado o sétimo foco em animais neste ano. Os outros dois infectados seriam o irmão da menina, de 10 anos, e um professor de uma escola de uma localidade próxima. Se forem confirmadas, seriam as primeiras vítimas do vírus H5N1 na China, onde foram detectados oito focos em animais neste ano.

Todas as aves domésticas do nordeste do país devem ser sacrificadas, segundo a agência estatal Xinhua. O total de aves sacrificadas deve ultrapassar 1 milhão.

PREPARAÇÃO

A comunidade internacional se reúne a partir de hoje na sede da OMS com uma tarefa nada simples: preparar o mundo para a ameaça de uma pandemia de gripe que pode gerar milhões de mortos e bilhões em prejuízos econômicos. Em Genebra, especialistas, empresas e ministros de todo o mundo terão três dias para fechar uma estratégia global. Os objetivos são preparar um plano de controle do vírus em animais e preparar governos e entidades internacionais para uma eventual pandemia entre humanos. O Banco Mundial ainda anuncia que financiará projetos em vários países no valor de US$ 500 milhões.

Apesar de distante dos principais focos, o Brasil precisa se preparar, disse ao Estado Margaret Chan, da OMS. O governo brasileiro também participa da reunião. "O Brasil precisa ter uma estratégia clara de prevenção e de resposta à gripe", disse. Ela lembra que a produção de frango no País é importante e o governo deve estar preparado para controlar eventuais surtos nos animais.

Ela sugere que o Brasil não espere apenas as encomendas de medicamentos da Roche, que podem levar um ano. "Se o País tem a mínima capacidade de produção, sugiro que faça acordo com a empresa para a produção local."