Título: Em dia morno, Bolsa sobe e dólar cai
Autor: Mario Rocha, Denise Abarca e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/10/2005, Economia & Negócios, p. B11

O meio-feriado de ontem nos EUA e o feriado local de amanhã tiraram o ímpeto dos investidores

Mario Rocha, Denise Abarca e Lucinda Pinto

O meio-feriado americano do Dia de Colombo deu um tom morno aos mercados locais, já sem grande ímpeto por causa do feriado de amanhã. O Ibovespa subiu 1,02%, na segunda alta seguida, o dólar recuou 0,49%, para R$ 2,239 - mesmo com o leilão de compra do Banco Central - , o paralelo ficou estável, em R$ 2,51%, e os juros futuros projetaram ligeira queda. Os mercados de títulos não funcionaram nos Estados Unidos, mas as Bolsas, sim. O Índice Dow Jones caiu 0,52% e a Nasdaq, 0,55%. Na Bovespa predominou a percepção de que o investidor estrangeiro está mantendo suas apostas no médio e longo prazos. O giro financeiro foi de R$ 1,405 bilhão. Em três pregões consecutivos da semana passada, a Bolsa acumulou queda de 8,52%. O movimento médio nesses três dias foi superior a R$ 2 bilhões. A grande preocupação dos analistas ligava-se ao fluxo de capital estrangeiro na Bovespa, mas o fato é que no acumulado dos três pregões em que a Bolsa despencou entraram R$ 93 milhões líquidos.

No entanto, houve saída de recursos estrangeiros no Ibovespa Futuro. "Mas esse mercado opera mais no curtíssimo prazo. O fluxo no mercado à vista é que mostra mais a tendência de médio e longo prazos", comentou um operador.

As maiores altas do Ibovespa foram de Cesp PN (5,11%), Embratel Par PN (4,97%) e Light ON (4,70%). As maiores quedas foram de NET PN (2,08%), Embraer ON (1,90%) e Aracruz PNB (1,82%).

O BC atuou no mercado cambial, mas os dados da balança comercial na primeira semana do mês reforçaram a expectativa de bom fluxo externo e mantiveram o comercial em queda. Como ocorreu sexta-feira, as cotações mais baixas foram atingidas logo após o leilão da autoridade monetária, de manhã. Foram aceitas 25 propostas de 16 dos 17 "dealers" que operam com o BC, que comprou dólares a R$ 2,238. Acredita-se que o volume comprado não ultrapassou US$ 100 milhões.

Na BM&F, os contratos futuros de dólar projetaram queda.

O contrato mais líquido de juro futuro, o de janeiro de 2007, encerrou o pregão projetando taxa de 17,72% ao ano, ante 17,74% na sexta-feira. O principal evento para o mercado de juros foi o leilão de 6,5 milhões de LTNs, antecipado por causa do feriado de amanhã. O Tesouro vendeu integralmente os três lotes.