Título: BB tem lucro de R$ 1,438 bilhão no 3.º trimestre
Autor: Carlos FrancoMárcio Anaya
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2005, Economia & Negócios, p. B3

O Banco do Brasil (BB) fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 1,438 bilhão, crescimento de 72,6% em relação a igual período do ano passado. Com isso, o resultado ficou em R$ 3,4 bilhões de janeiro a setembro, 51,6% mais do que no mesmo período de 2004. Esse desempenho tem forte impacto de um ganho extraordinário de R$ 565 milhões, livre de tributos, decorrente da recuperação de um débito tributário. Sem esse efeito, informou o banco, o resultado teria sido de R$ 873 milhões no trimestre.

"Esse desempenho, abaixo das expectativas de mercado, reflete o aumento do risco de crédito, especialmente na carteira de agronegócios (subiu de 2,9%, no segundo trimestre de 2005, para 4,2% no período seguinte, no conceito de provisão, dinheiro que tem de ficar disponível para o caso de calote), e uma maior carga tributária, em razão do efeito que a valorização do real proporciona sobre as operações de cambiais", explicou o banco.

O lucro por ação foi de R$ 1,80, ante R$ 1,14 no terceiro trimestre de 2004. Um dos destaques no lucro informado pelo BB foi a carteira de crédito consignado, que chegou a R$ 3,3 bilhões e 1,4 milhão de contratos no fim de setembro - alta de 174,3% e 191,8% nos últimos 12 meses, respectivamente. Somente de julho a setembro, mais R$ 1,1 bilhão foi contratado por meio dessa modalidade. No fim do período, o BB tinha mais de 12 mil convênios com empregadores públicos e privados para utilização da linha.

Já o volume de crédito aprovado e disponível para utilização pelas pequenas e microempresas alcançou R$ 20,2 bilhões no fim de setembro, valor 19,6% maior que o de igual período do ano passado. A carteira fechou o período com R$ 15 bilhões repassados às empresas.

FREIO

Dono da maior carteira de crédito do País, no valor de R$ 94,7 bilhões - dos quais R$ 86,1 bilhões internamente e o restante em operações no exterior -, o BB já percebe a cautela dos tomadores de empréstimo e o freio no setor produtivo, com os pedidos de crédito em queda de 1,5% de julho a setembro em relação aos três meses imediatamente anteriores, de abril, maio e junho. Um nítido pé no freio nos vários segmentos da economia.

O índice de inadimplência, que contempla o total de operações vencidas, chegou a 6,3% e a análise das operações vencidas há mais de 60 dias mostra que seu peso na carteira de crédito do BB é de 3,9%.

Principal agente do agronegócio, o BB, que atende do agricultor familiar aos médios e grandes produtores, passando pelas agroindústrias e exportadoras, cresceu 21,7% nesta carteira nos últimos 12 meses, com saldo de R$ 31,2 bilhões no fim de setembro.