Título: Ministério da Agricultura ganha R$ 37 milhões
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2005, Economia & Negócios, p. B4

O Ministério da Agricultura ganhou ontem sua parte no bolo de recursos liberados nos últimos dias pelo governo. A Rede dos Laboratórios Nacionais Agropecuários do ministério está recebendo um aporte de R$ 37 milhões para a compra de equipamentos. Satisfeito, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, divulgou uma nota agradecendo o esforço conjunto do governo para garantir a melhoria da capacidade dos laboratórios. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ficou de fora da lista de agradecimentos.

'Esta ação foi possível graças ao empenho e compreensão da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), do ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e do ministro Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão)', diz nota.

A verba para os laboratórios faz parte de um pacote de R$ 1,2 bilhão anunciado na semana passada, correspondente a parte das verbas orçamentárias que haviam sido bloqueadas pelo Tesouro Nacional em fevereiro e que agora começam a ser liberadas. Na semana passada, o governo não disse para quais projetos e programas os recursos iriam. O dinheiro está sendo direcionado aos poucos.

Na semana passada, o Ministério da Justiça recebeu R$ 120 milhões para melhorar a estrutura da Polícia Federal, dentro do Plano Nacional de Segurança Pública. Ontem, além as verbas para os laboratórios, o Ministério da Integração Nacional também foi contemplado com uma liberação de R$ 334 mil.

Os recursos vão para obras em municípios de Santa Catarina e do Acre. Para Santa Catarina, o ministério liberou R$ 40 mil para a construção de galpão industrial à beira da Rodovia SC-471, no município de Palma Sola. Para o Acre, o Ministério liberou R$ 219,672 mil para obras de pavimentação de ruas.

Os recursos para os laboratórios serão repassados primeiro ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que depois os transferirá à Secretaria de Defesa Agropecuária da Agricultura. Rodrigues vinha pressionando para obter R$ 78 milhões adicionais para a defesa sanitária, sendo que metade, R$ 39 milhões, iria para os laboratórios. A liberação, portanto, foi ligeiramente abaixo do montante pretendido.

Segundo Rodrigues, os países desenvolvidos têm exigido que os laboratórios brasileiros sejam aptos a proceder análises equivalentes às realizadas em seus territórios. Essa defasagem leva ao aumento dos questionamentos dos países importadores em relação aos produtos brasileiros.

Ele destacou a inexistência de laboratórios de referência com reconhecimento internacional para doenças de bovinos e aves no País.