Título: Preços não caem, diz Petrobrás
Autor: Ana Paula Ragazzi
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2005, Economia & Negócios, p. B5

A Petrobrás descarta a possibilidade de reajustar no curto prazo os preços da gasolina e do diesel, desta vez para reduzi-los. Quem afirma é o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. "Não existem indicativos claros no mercado internacional que nos permitam identificar qual é o novo parâmetro de preços", disse ele, avaliando a recente queda do preço do barril de petróleo na semana passada. Segundo analistas, a queda já permitiria que a Petrobrás reduzisse seus preços. "Mesmo que os nossos preços estejam mais altos, não vamos mexer nisso enquanto o mercado não se mostrar menos volátil. Não queremos passar para o mercado interno esta volatilidade do barril no mercado internacional", disse Barbassa em resposta a analistas em teleconferência realizada ontem para comentar os resultados da companhia no terceiro trimestre. O diretor financeiro disse que a Petrobrás mantém seus preços alinhados com o mercado internacional.

Barbassa descartou também a possibilidade de a Petrobrás fazer captações no mercado financeiro em 2006. Segundo ele, a geração de caixa da companhia este ano, de US$ 10 bilhões até setembro, foi bastante acima do esperado, o que permite "uma certa folga". De janeiro a setembro de 2004, a Petrobrás havia apresentado déficit de US$ 3 bilhões em sua geração de caixa e nos três primeiros trimestres deste ano já acumula US$ 7 bilhões.

Sobre a anunciada redução dos investimentos em 2005, de R$ 28 bilhões para R$ 25 bilhões, Barbassa disse que isso não deve influenciar as previsões para 2006. Segundo ele, as contas tiveram de ser refeitas este ano pelo fato de a Petrobrás ser uma companhia dolarizada e o real teve uma valorização grande este ano e maior ainda no último trimestre.

EXPORTAÇÃO

A Petrobrás deve recuperar neste último trimestre do ano seu volume de exportações de óleo bruto, que caiu de 343 mil barris para 247 mil barris por dia no período de julho a setembro, comparado ao trimestre anterior. Segundo Barbassa, a queda no período foi causada por problemas logísticos, provocados pelos furacões que atingiram os Estados Unidos.

O diretor da estatal disse ainda, na teleconferência realizada ontem, que este volume que não foi exportado deve ser compensado na balança comercial da empresa no quarto trimestre. Barbassa explicou que o volume de importações, que foi maior no terceiro trimestre por causa da maior demanda tradicional de óleo diesel neste período com a entrada da safra agrícola, deve ser equilibrado nos últimos meses do ano.