Título: Maluf completa um mês na cadeia e pede prisão domiciliar
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/10/2005, Nacional, p. A13

Alegando que ele já tem 70 anos e está doente, advogados falam até em recorrer à OEA

Os primeiros 30 dias de prisão tiveram um efeito demolidor sobre o ex-prefeito Paulo Maluf, que está cobrando de seus advogados que atirem em todas as direções para devolver-lhe a liberdade. Os advogados apresentam hoje à juíza Silvia Rocha, da 2.ª Vara Criminal Federal, um pedido de mudança no regime prisional do réu, baseado em argumentos de fundamento humanitário. Apelando a três alegações básicas, os advogados vão sustentar que Maluf já passou dos 70 anos de idade, tem estado adoecido desde que ficou confinado a uma cela e, por fim, necessita de tratamento médico. ¿Não há motivos para essa perseguição encarniçada¿, afirmarão os advogados de defesa do ex-prefeito, aprisionado na Polícia Federal desde o dia 10 de setembro, sob as acusações de crime contra o sistema financeiro, formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.

Os advogados dizem ¿confiar no Judiciário brasileiro¿, mas, por via das dúvidas, estudam até recorrer à Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), à qual pretendem ¿denunciar violência a um direito básico¿. Malsucedidos nas tentativas anteriores de obter a liberdade de Maluf, os advogados vão adotar estratégias paralelas.

Os advogados vão apresentar várias petições simultâneas, com vários objetivos. Além de solicitar mudança do regime prisional e recorrer à OEA, eles estão também pedindo a revogação da prisão preventiva. Mas se a defesa amplia sua estratégia, os adversários do ex-prefeito fazem o mesmo: o Partido Progressista (PP), a que está filiado o ex-prefeito, já soma três pedidos de expulsão de Maluf.