Título: Ataques simultâneos são marca da Al-Qaeda
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Fonte: O Estado de São Paulo, 10/11/2005, Internacional, p. A12

Atentados simultâneos, perpetrados por suicidas e planejados para atrair a atenção da mídia mundial, como os de ontem na Jordânia, costumam ter a marca da Al-Qaeda. A rede terrorista criada pelo saudita Osama bin Laden nos anos 80 expandiu-se rapidamente no mundo islâmico e hoje agrupa movimentos radicais em quase todos os países do Golfo Pérsico, nos Estados muçulmanos do Sudeste Asiático, na região da Caxemira, nas repúblicas islâmicas da ex-União Soviética e em várias nações africanas, além de manter células ativas nas principais capitais da Europa Ocidental. No Iraque, sob comando do jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, a organização combate a ocupação americana desde o começo da guerra, em 2003. A Al-Qaeda (Base ou Fundação) tem como objetivo declarado "expulsar os infiéis de Meca e Medina" - as duas cidades mais sagradas do Islã, sob soberania da Arábia Saudita.

A primeira operação importante da rede ocorreu no Iêmen, em dezembro de 1992, com a explosão de três bombas contra soldados americanos em Áden. Em 1995, o grupo de Bin Laden assumiu a autoria do ataque a uma instalação militar americana em Riad, na Arábia Saudita.

Em 1998, ataques simultâneos às Embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia deixaram mais de 200 mortos e mais de 5 mil feridos, no mais mortífero atentado da Al-Qaeda até então. Em 11 de setembro de 2001, integrantes de células da Al-Qaeda lançaram simultaneamente aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o edifício do Pentágono, em Washington, no pior atentado terrorista da história.

Em 2004 e este ano foram atribuídos à Al-Qaeda os atentados contra os sistemas de transportes de Madri e Londres e uma série interminável de ataques no Iraque, estes, "terceirizados" pela organização de Al-Zarqawi.