Título: Ligeira melhora em São Paulo em outubro surpreende a Fiesp
Autor: Jacqueline Farid
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/11/2005, Economia & Negócios, p. B4

O nível de emprego na indústria paulista cresceu no mês passado, contrariando as expectativas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que esperava queda no indicador. De acordo com pesquisa divulgada ontem pela entidade, as empresas do setor abriram 13.118 vagas em outubro, o que representa alta de 0,62% no nível de emprego em relação a setembro. Foi o terceiro melhor resultado do ano. Mesmo considerando as diferenças sazonais entre os dois períodos, o crescimento foi de 0,32%.

"Foi uma surpresa agradável", diz Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.

Normalmente, as fábricas contratam mais funcionários em outubro do que em setembro, por causa da produção para o Natal. No entanto, a Fiesp achava que este ano seria diferente e o saldo entre as demissões e contratações ficaria negativo no período, com base na desaceleração no ritmo de atividade registrada no terceiro trimestre.

Para a entidade, a atividade industrial começa a sentir de forma mais firme os efeitos dos juros elevados e da valorização do real ante o dólar. "A queda no emprego acabou não ocorrendo porque alguns setores de mão-de-obra intensiva reforçaram a produção para atender aos pedidos do varejo para o período de festas", explica Francini.

O diretor da Fiesp cita como exemplo as indústrias calçadistas de Franca, cujo nível de emprego cresceu 0,31% em outubro, depois de vários meses de quedas consecutivas. No setor de massas alimentícias e biscoitos, o crescimento do emprego foi ainda maior, de 1,55%, na comparação com setembro.

Apesar disso, a Fiesp prevê que as empresas do setor deverão demitir entre 30 mil e 40 mil pessoas em novembro e dezembro. De acordo com Francini, tradicionalmente o setor registra quedas expressivas no emprego nesse período do ano. Em 2003, por exemplo, as demissões atingiram 50 mil trabalhadores. No ano passado, foram 30 mil.

Se essa previsão se confirmar, a indústria paulista fechará o ano com 70 mil novos postos de trabalho, praticamente a metade das vagas abertas em 2004 (144.487). Até outubro, haviam sido criados 101.900 empregos.