Título: Mais produção para garantir clientes
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/11/2005, Proálccol 30 anos, p. H2

A ampliação de investimentos na produção brasileira tornou-se peça fundamental para convencer alguns países a adicionarem o álcool ao combustível, informou o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Antonio Sérgio Martins Mello.

Daí os anúncios de reforma e construção de 40 usinas de álcool, com a finalidade de expandir a capacidade produtiva do País dos atuais 18 bilhões de litros por ano para 25 bilhões de litros por ano até 2010, e de aumento da área de cultivo da cana-de-açúcar em 3 milhões de hectares até 2013.

"Sabemos produzir álcool com alta tecnologia, fabricar os equipamentos necessários, montar automóveis bicombustíveis", declarou Martins Mello. "Trata-se de oportunidade de fluxos de comércio, de tecnologia e de investimentos com o exterior que não pode ser desperdiçada", insistiu o secretário.

Além desse trabalho de base, as autoridades brasileiras estão atuando em diversas frentes, informou Martins Mello.

Na América do Sul, Brasil e Venezuela assinaram um memorando que permitirá o suprimento de anual de 300 milhões de litros de álcool para o país vizinho. A Petrobrás e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) negociam contratos de longo prazo de fornecimento.

Com a Colômbia, o governo espera celebrar um convênio para a capacitação de técnicos colombianos na produção de álcool.

ÁSIA

Em maio, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Tóquio, o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, decidiu criar uma comissão governamental para estudar a introdução do etanol na matriz energética japonesa.

Mas o primeiro passo para a abertura do mercado japonês foi consolidado no acordo entre a companhia brasileira Copersucar e a distribuidora Kotobuky Nomryo de compra e venda de 15 milhões de litros de álcool.

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a Petrobrás e a japonesa Mitsui também se comprometeram a estudar a logística de exportação de álcool brasileiro ao Japão.

Em abril, uma delegação da China desembarcou no Brasil para conhecer a experiência brasileira na produção e uso do etanol e discutir a adoção de um programa de álcool combustível.

Já em julho, foi a vez de representantes da Coréia do Sul virem conhecer as propostas do Brasil.

Em agosto, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, foi a Israel defender o etanol como a melhor opção para a substituição do chumbo tetraetila como aditivo à gasolina.