Título: 3 anos após matar, Cravinhos nas ruas
Autor: José Maria Tomazela
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/11/2005, Metrópole, p. C1

Eles deixaram penitenciária no interior de São Paulo beneficiados por habeas-corpus do STJ; Suzane foi solta em junho

Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos de Paula e Silva, assassinos confessos do casal Manfred e Marísia von Richthofen, foram postos em liberdade, ontem à tarde, três anos depois de ser presos. Eles deixaram a Penitenciária Estadual Odon Ramos Maranhão, em Iperó, e voltaram às ruas beneficiados por um habeas-corpus concedido pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O crime ocorreu em 31 de outubro de 2002, em São Paulo. O casal foi morto com golpes de barra de ferro na cabeça, desferidos pelos irmãos. Suzane, a filha dos von Richthofen e namorada de Daniel, abriu o portão da casa para os assassinos. Ela já tinha sido libertada em 29 de junho. A ordem de soltura, concedida anteontem, só foi cumprida às 15h38 de ontem, depois de tramitação burocrática. O habeas-corpus passou pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e foi encaminhado ao 1º Tribunal do Júri de São Paulo, que expediu o alvará. O documento chegou por fax, às 14h30, às mãos do diretor-geral da penitenciária, Fábio Alessandro de Oliveira.

Os irmãos deixaram a penitenciária no Mercedes preto do advogado Geraldo Jabur, que os defende. O carro, dirigido pela filha de Jabur, a também advogada Gislaine, rompeu a barreira formada por cinegrafistas e fotógrafos no portão.

Cristian e Daniel, que estavam no banco traseiro do carro, não quiseram dar entrevistas. O carro passou direto pelo veículo em que os pais dos acusados, Astrogildo e Nádia, esperavam havia duas horas pelos filhos.

Segundo o pai, Cristian e Daniel seriam levados para a casa de parentes, mas por pouco tempo. "Quero tê-los de volta na nossa casa o quanto antes."