Título: Dólar é o menor desde abril de 2001
Autor: Denise Abarca, Mario Rocha e Silvana Rocha
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/11/2005, Economia & Negócios, p. B12
Com 6.ª queda seguida, comercial fecha em R$ 2,203, mesmo com leilão do BC; cotação chegou a ficar abaixo dos R$ 2,20
O dólar teve ontem a sexta queda seguida, desta vez de 0,45%, para R$ 2,203, o nível mais baixo desde 30 de abril de 2001 (R$ 2,201), e chegou a romper o nível psicológico dos R$ 2,20 (R$ 2,196). O leilão de compra do Banco Central não ajudou. O paralelo caiu 0,81%, para R$ 2,443, o Ibovespa subiu 0,21%, os juros futuros projetaram queda, o risco país recuou 1,12%, para 352 pontos, e o A-Bond ganhou 0,50%, vendido com ágio de 3%. O cenário externo positivo aguçou o apetite dos investidores, alguns estrangeiros, por operações casadas com derivativos cambiais na BM&F. Essas transações praticamente determinaram o comportamento em baixa do comercial. Os cinco vencimentos de dólar futuro voltaram a projetar queda. O contrato mais curto, de1.º de dezembro, prevê um recuo de 0,46%.
O fluxo cambial positivo e o ótimo desempenho da balança comercial continuam a ter peso considerável neste quadro.
Alguns economistas de instituições financeiras já cogitam a possibilidade de o Banco Central retomar os leilões de swap cambial reverso esta semana. Mas alguns operadores acham que se quisesse dar sustentação aos preços, o Banco Central poderia ser mais agressivo nos leilões de compra. "O BC tem adquirido dólares sempre pela menor cotação. Se quisesse influenciar a taxa, poderia aceitar valores intermediários e até mais altos, sinalizando sua intenção. Mas não é o que vem ocorrendo", comentou um deles. Por exemplo, o BC comprou ontem a R$ 2,1995, valor 2,27% menor do que os R$ 2,2505 aceitos em 1.º de novembro.
Na Bovespa, o giro foi pequeno, mais uma vez (R$ 1,464 bilhão), mas a volatilidade foi grande. A Bolsa paulista foi ajudada pelo desempenho positivo de Wall Street, pela queda do petróleo futuro e pelo recuo dos juros pagos pelos papéis do Tesouro americano.
Houve uma pequena realização de lucros, principalmente com ações da Patrobrás. "O fato é que o mercado está firme, esses dias. O investidor estrangeiro não foi embora do País. Está aí, administrando suas posições", comentou um operador.
As maiores altas do Ibovespa foram de Unibanco Unit e Souza Cruz ON (ambos com 3,65%) e Banco do Brasil ON (3,05%). As maiores quedas foram de Sabesp ON (3,06%), Telemar Norte Leste PNA (2,32%) e Brasil Telecom Par PN (2,27%)