Título: PRINCIPAIS PONTOS DO DEPOIMENTO DE PALOCCI SOBRE POLÍTICA ECONÔMICA
Autor: Ribamar Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/11/2005, Nacional, p. A6

GANHOS: "Estamos num momento em que os ganhos da política econômica já são perceptíveis e consistentes. Estamos entrando num dos mais importantes e prolongados períodos de crescimento, com todos os benefícios sociais que isso traz, principalmente para os mais pobres. Repetindo Lula, as exportações atingiram um patamar excepcional, mais de US$ 100 bilhões. As empresas deixaram de tratar o processo exportador como uma oportunidade ocasional."

ESTABILIDADE: "A estabilidade da economia depende de paciência, consistência e perseverança nos instrumentos utilizados."

ELOGIO: "A boa situação econômica é resultado de mais de uma década de esforços do País, não apenas mérito do ministro e sua equipe. As responsabilidades devem ser justamente distribuídas."

INFLAÇÃO: "O controle da inflação é uma necessidade permanente que não devemos negligenciar."

RESPONSABILIDADE: "Consolidou-se na sociedade o sentimento de que a responsabilidade fiscal é um instrumento estratégico, intertemporal, fundamental para que o Brasil experimente mecanismos de crescimento mais estáveis."

GELO: "O biênio 2004/2005 é o de maior crescimento dos últimos 10 anos. A despeito de muitos acharem isso, não estamos aqui enxugando gelo (expressão usada por Dilma Rousseff ao criticar a política econômica) estamos trabalhando, com afinco, cada um dos pontos importantes para a economia."

DILMA: "Não acho que devemos mudar (a política econômica). Não há sinais do presidente Lula de que devemos mudar. Tenho com Dilma uma divergência política, não pessoal. Tenho por ela grande apreço. Penso diferente dela sobre o equilíbrio fiscal. Eu disse a Dilma que considerava que estava errada nesse debate. E concordo com ela em que devemos olhar o investimento público com muito carinho."

ESFORÇO: "Depois de 8 anos de esforço fiscal consistente, conseguiu-se pôr a dívida (do País) em escala descendente. Não precisamos de esforço fiscal maior, mas de esforço por mais tempo. Precisamos de um compromisso no tempo - 10 anos de compromisso fiscal consolidado. Criaremos espaços maiores para investimento público, poupança e crescimento."

ACORDO: "Afirmo, com convicção, que se o Brasil aprovar um instrumento que diga que o País cresça abaixo do PIB, por um período longo, haveria grande ganho. A carga tributária pode ser reduzida. Um acordo suprapartidário, pelo Brasil, teríamos ganhos efetivos."

AJUSTE: "A dívida pública cresceu sem parar nos últimos dez anos, e não foi por culpa do governo anterior. A idéia de afrouxamento fiscal não é boa conselheira."