Título: Dólar rompe o piso dos R$ 2,20
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Denise Abarca
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/11/2005, Economia & Negócios, p. B10

Sob a influência da elevação do rating brasileiro pela S&P, comercial tem a 7.ª queda consecutiva e fecha em R$ 2,195

A elevação da perspectiva do rating brasileiro de "estável" para "positiva", pela S&P, ajudou os mercados locais, que caminhavam para um dia negativo. O dólar abriu em alta de 0,45%, mas acabou fechando abaixo de R$ 2,20 pela primeira vez desde abril de 2001, cotado a R$ 2,195, em queda de 0,36%. Foi o menor valor desde 18 de abril de 2001 ( R$ 2,182), e o sétimo recuo consecutivo. Já o paralelo subiu 0,57%, para 2,457. A Bolsa estava no campo negativo, puxada pelo mau desempenho de Wall Street, mas valorizou-se 0,06%, e os juros futuros projetaram queda. O A-Bond avançou 0,60%, vendido com ágio de 3,60%, mas o risco país subiu 0,28%, para 353 pontos.

Apesar da nova queda do comercial, o Banco Central informou que não fará leilão de swap cambial reverso (em que o BC assume posição ativa em câmbio e passiva em juros) esta semana, contrariando a expectativa. A cotação baixa levou o BC a promover um leilão de compra e todas as ofertas dos "dealers" ficaram abaixo dos R$ 2,20. Calcula-se que a autoridade monetária comprou ontem cerca de US$ 200 milhões.

Com esses leilões, as reservas brasileiras passaram de US$ 60,406 bilhões na sexta-feira para US$ 60,849 bilhões na segunda-feira, no conceito de liquidez internacional (incluindo os recursos do FMI).

Na BM&F, as apostas para o dólar se dividiram. Cinco contratos foram negociados, sendo que os 2 mais curtos (dezembro de 2005 e janeiro de 2006) projetaram baixa e os 3 mais longos (abril e outubro de 2006 e janeiro de 2007) projetaram alta.

A Bovespa teve mais um dia de volatilidade e baixo movimento financeiro (R$ 1,427 bilhão).

"O mercado acionário agüentou firme", comentou um operador, ao observar que as Bolsas praticamente operaram em baixa o tempo todo em Nova York, por causa de resultados corporativos ruins e da alta do petróleo futuro.

O investimento estrangeiro tem ajudado a Bovespa. Neste mês, o saldo de capital externo na Bolsa paulista é positivo em R$ 223,860 milhões, e no ano, em R$ 4,249 bilhões.

As maiores altas foram de Usiminas PNA (4,25%), NET PN (3,13%) e Siderúrgica Nacional ON (2,74%), e as maiores quedas foram de Contax ON (5,04%), Brasil Telecom Par ON (3,18%) e Copel PNB (3,17%).