Título: Avestruz Master tem bens congelados
Autor: Angela Lacerda
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/11/2005, Economia & Negócios, p. B5

A concessão de liminar a uma ação cautelar impetrada pelo Ministério Público de Pernambuco, assinada pelo juiz José Ivo de Paula Guimarães, tornou indisponíveis os bens e contas bancárias dos sócios da Avestruz Master em Pernambuco e da empresa no Estado - Agrocomércio e Representações de Avestruz Ltda. Segundo a promotora de Defesa do Consumidor, Liliane Fonseca, a ação visa a assegurar o ressarcimento dos investimentos de cerca de 1,3 mil investidores da Avestruz em Pernambuco, pelo menos minimizando o prejuízo dos clientes.

O Ministério Público pretende, ainda, entrar na Justiça solicitando reparo dos danos para os clientes da empresa após o julgamento da ação. O juiz determinou também multa diária de R$ 300 em caso de descumprimento da liminar. O Estado tentou, sem sucesso, falar com a Agrocomércio.

Em Goiânia, quatro sócios da Avestruz Master, que estavam foragidos havia 15 dias, se entregaram ontem à Polícia Federal. Elizabete Helena e Patrícia Áurea Maciel da Silva são filhas de Jerson Maciel, sócio-proprietário da Avestruz Master, que também está preso desde a semana passada. Elas se apresentaram acompanhadas da mãe, Maria do Carmo Amaro Rocha, também foragida. Outro que se entregou foi Emerson Ramos Correia, marido de Patrícia e sócio da empresa. Com essas prisões, a Polícia Federal cumpriu todos os sete mandados.

O sócio-proprietário da Avestruz Master, Jérson Maciel da Silva, está preso há uma semana. O filho dele Jerson Maciel da Silva Júnior e o sócio François-Marie Thibaut van Sebroek também foram presos, mas tiveram o mandado de prisão relaxado.

As informações sobre a situação da empresa continuam desencontradas. Segunda-feira, Maciel Júnior anunciou a destituição de todos os 11 advogados que estavam defendendo a empresa. Outra medida foi a redução do quadro de funcionários em cerca de 35%. Ele não soube dizer quantos funcionários seriam demitidos, mas garantiu que o pessoal que trabalha nas fazendas de criação de avestruzes será mantido. Ontem Maciel Júnior informou o número de demitidos: cerca de 30.

O Procon, um serviço de proteção ao consumidor, iniciou ontem a contagem das aves que estão em 14 fazendas do grupo em Bela Vista, GO. Cerca de 20 fiscais fazem a contagem, que deve durar 20 dias e vai prosseguir em 18 municípios de Goiás.

Uma decisão judicial autorizou um dos clientes da empresa a retirar equipamentos do abatedouro e frigorífico Struthio Gold, que seria inaugurado em dezembro.