Título: Serra bateria presidente no segundo turno, por pequena margem
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/11/2005, Nacional, p. A8

A síndrome da gangorra funcionou: o desgaste do governo reduziu a expectativa de voto no presidente Lula e catapultou seus potenciais adversários tucanos para indicadores competitivos. Na simulação de segundo turno contra o prefeito José Serra, Lula perderia pela primeira vez, na série de pesquisas CNT/Sensus, por 4 pontos porcentuais (41,5% para Serra e 37,5% para Lula). Depois de Serra, quem atinge o melhor índice no confronto simulado com Lula é o governador Geraldo Alckmin (40,8% para Lula e 32,2% para Alckmin). A pesquisa anunciada ontem aponta para "uma eleição mais racional", disse o cientista político Ricardo Guedes, diretor do Sensus. Segundo ele, o histórico de preferências do eleitorado parece sinalizar para uma redução paulatina das expectativas com candidatos carismáticos, como Lula, direcionando a preferência para opções mais partidárias.

A pesquisa consolidou os candidatos do PSDB como alternativas a Lula. Todos eles cresceram harmonicamente e, com a pesquisa, se credenciaram como candidatos potenciais, inclusive o governador Aécio Neves (MG), que perderia por 43,3% a 28,1%, mas melhorou muito o desempenho. Contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula venceria por 43,3% a 30,2%.

Contra o prefeito do Rio, César Maia (PFL), Lula venceria por 45,9% a 22,8% (em julho, 54,5% a 16,8%). Contra o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), Lula venceria por 42,8% a 28% (em julho, 52,3% a 20,6%). Mas nem Garotinho nem Maia, no entanto, tem bom desempenho no primeiro turno. Lula é "o único em que votaria" para 23,8% do eleitorado; 27,3% admitem que podem votar nele; mas 46,7% asseguram que não votariam de jeito nenhum.