Título: Bolsa sobe 1,98% e dólar cai 0,64%
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/11/2005, Economia & Negócios, p. B15

Ainda sob o efeito do depoimento de Palocci, e com cenário externo favorável, investidores têm um dia positivo

Com o quadro político um pouco mais aliviado pelo depoimento do ministro Antonio Palocci ao Senado e com o cenário externo calmo, os mercados locais tiveram um dia positivo. O Ibovespa subiu 1,98%, o dólar recuou 0,65%, para R$ 2,19%, os juros futuros projetaram queda, o risco país caiu 1,40%, para 348 pontos, e o A-Bond ganhou 0,25%, vendido com ágio de 4,90%. O paralelo teve uma queda expressiva de 1,62%, para R$ 2,43 na venda. Na Bolsa paulista, o volume financeiro melhorou um pouco, para R$ 1,668 bilhão, e as altas foram generalizadas.

Para os investidores, a iniciativa de Palocci de depor no Senado lhe deu sustentação política. Mas ninguém é ingênuo para acreditar que o ministro foi "blindado", principalmente porque líderes do PSDB e do PFL querem levá-lo à CPI dos Bingos para esclarecer as denúncias sobre supostas irregularidades quando era prefeito de Ribeirão Preto.

"A disputa é política, e parece que a oposição quer misturar política com economia. Se isso acontecer, o mercado poderá se estressar", comentou um operador.

Com o alívio momentâneo na área política, a Bovespa teve espaço para recuperar perdas, ajudada pelo bom desempenho das Bolsas em Nova York . A queda do risco país também ajudou.

Petrobrás PN mais uma vez liderou o volume de negócios, com R$ 167 milhões. Este papel fechou em alta de 1,59%.

As maiores valorizações foram de Usiminas PNA (7,03%), Contax ON (6,03%) e Contax PN (5,99%). As maiores quedas foram de Embraer ON (2,91%), Embraer PN (2,16%) e Sabesp ON (0,90%).

O comercial encostou na mínima de R$ 2,185 após o leilão de compra realizado pelo Banco Central, à tarde.

Aparentemente, o BC adquiriu mais moeda americana do que nos dias anteriores, mas não conseguiu conter a baixa.

O Banco Central informou que fará leilão de swap cambial reverso hoje. Embora afirme que não pretende influenciar os preços, a atuação do BC tende a dar sustentação às cotações na abertura.

O último leilão de swap reverso ocorreu dia 22 de março. Segunda-feira, a autoridade monetária informou que passará a fazer esses leilões quando as circunstâncias exigirem. Até então, eram só semanais.