Título: Os principais pontos
Autor: Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/11/2005, Nacional, p. A6

PESQUISAS: "Houve uma pesquisa que eu ainda não vi e o presidente caiu um pouco mais. A pergunta que faço é: que presidente resistiria ao bombardeio que estou sofrendo desde junho? Estou dizendo isso para mostrar que houve momentos, nos últimos tempos, em que notícia boa não era publicada."

REELEIÇÃO: "Eu cometi um erro aquele dia, eu não tinha entendido que tinha falado que era candidato. Não tenho de decidir agora se sou candidato, quem tem de decidir são meus adversários, que estão dando trombada e ficando nervosos. Tenho mais um ano de mandato, já fiz todos os apertos que tinha de fazer, agora temos só a expectativa de que o ano vai ser muito melhor, então vou esperar. No momento certo, vou dizer sou ou não sou."

DILMA X PALOCCI: "Não é que a Dilma dá cacetada. Não posso cercear as pessoas de terem divergências. A divergência é salutar porque tudo começa com uma tese."

PALOCCI: "Palocci é extremamente importante neste momento político e econômico. E o Palocci foi convidado por mim, continuará por mim e será o meu ministro da Fazenda. Isso não tem discussão, não tem especulação. Eu até disse outro dia: quem quiser especular, vá para a Bolsa de Valores, não faça isso com o nome de ministros."

CORRUPÇÃO: "Na hora que você sabe que um servidor praticou corrupção, você o exonera. Já afastamos centenas. Agora, quando se diz: 'Tinha mensalão na Câmara e o presidente sabia'. Ora, por que sou obrigado a saber o que acontece quando Gil Gomes sair daqui e for tomar um café no saguão?"

MENSALÃO: "Estamos vivendo um momento excepcional, do ponto de vista da intranqüilidade na política, porque se colocou na cabeça do povo, ao longo de vários meses, que tinha mensalão. Isso virou refrão de música de carnaval, está no inconsciente da sociedade e agora a CPI terminou o trabalho sem provar se houve mensalão. A própria pessoa que acusou foi cassada porque não provou."

CELSO DANIEL: "Tenho a convicção de que a morte do Celso Daniel foi um crime comum. Quem investigou foi a Polícia Civil de São Paulo. A pedido meu, o presidente Fernando Henrique mandou a Polícia Federal investigar junto. Quem disse que foi crime comum foi a Polícia Civil e a PF. Eu não estava no governo. O Daniel era uma das obras-primas da política nacional, o melhor administrador público. Não acredito em crime político. Eu acho que o assaltaram, seqüestraram, aí perceberam, como se diz, 'o tamanho do peixe' e resolveram matar de forma irresponsável e por medo."