Título: PSDB leva caciques à TV, fala de ética e cobra promessas de Lula
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/11/2005, Nacional, p. A9

O PSDB começou a mostrar ontem, no programa semestral de propaganda partidária nacional, suas principais armas para disputar a Presidência da República no ano que vem: exibiu realizações de seus potenciais candidatos, falou em reacender a esperança, se apropriou da bandeira da ética e deu ênfase às propostas de crescimento. Em menor escala, mostrou que a rememoração de promessas feitas pelo candidato Lula, em 2002, pode causar perplexidade. A palavra mais mencionada no programa foi "trabalho". "O Brasil que todos nós queremos não está no discurso. Está no trabalho e na seriedade. Um país com menos impostos e mais incentivos à produção", propôs o governador Geraldo Alckmin (SP), que fechou o programa com aura de grande estrela do partido. Tratado por "Geraldo" e apresentado como "a nova liderança que surge no Brasil", deu ênfase a suas obras na saúde, saneamento e segurança, e lembrou que baixou o ICMS de mais de 200 produtos. Disse querer "um país onde a criança e o jovem não cresçam vendo seus governantes mergulhados na corrupção".

O prefeito de São Paulo, José Serra, sintetizou a proposta: "Em lugar do discurso, trabalho; em lugar da corrupção, respeito pelo seu dinheiro". Mostrou obras e enfatizou a construção de "escolas de tijolo" para substituir as "escolas de lata", símbolo da campanha de 2004. Serra repisou o slogan: "Não tem milagre. Só o trabalho melhora a vida das pessoas".

O terceiro potencial candidato, o governador Aécio Neves (MG), reiterou: "Não existe milagre, existe trabalho. Responsabilidade com o dinheiro público". Aécio destacou o choque de gestão que aplicou em Minas.

O novo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), pediu um choque de moralidade e disse que o governo "está estagnado, envolvido em escândalos" e pregou que o PSDB "tem um projeto para o País".

O programa mostrou gravações de Lula em 2002, quando frisou que o PT tinha "uma exigência ética" e disse: "Algumas vezes, eleição é sinônimo de decepção. Mas comigo vai ser diferente". Lula disse que o PT sabia "governar com planejamento e seriedade e respeito pelo seu dinheiro". O programa afirmou que os escândalos paralisaram o País. "O Brasil é o país que cresce menos entre os vizinhos. Fica atrás até do Uruguai."