Título: Aftosa: fronteira será controlada
Autor: Fabíola Salvador
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/11/2005, Economia & Negócios, p. B9

Brasil e Paraguai assinaram um convênio para reduzir o risco de circulação de animais com febre aftosa nos quase mil quilômetros de fronteira seca entre os dois países. Além de controle e vacinação conjunta assistida dos rebanhos de todas as propriedades rurais localizadas a 25 quilômetros de distância da fronteira entre os dois países, os animais das fazendas onde há criação de bovinos, bubalinos, suínos, caprinos e ovinos localizadas nesse raio serão cadastrados, informou o Ministério da Agricultura.

A descoberta de focos de febre no extremo sul de Mato Grosso do Sul, quase na fronteira com o Paraguai, fez surgir especulações de que os animais doentes teriam vindo de fazendas paraguaias. Essa possibilidade foi defendida, inclusive, pelo governador de Mato Grosso do Sul, o Zeca do PT.

As medidas previstas no acordo começam a ser executadas já em dezembro por técnicos dos serviços de defesa sanitária dos dois governos.

"Isso nos dará uma tranqüilidade muito grande, porque reduzirá o risco de circulação de animais com vírus da doença de um lado para o outro", afirmou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, que na última quarta-feira participou da assinatura do convênio, em Assunção, no Paraguai.

Na avaliação do secretário, o acordo demonstra a importância que os dois países estão dando ao controle sanitário na fronteira.

Maior exportador mundial de carne de gado, em volumes, o Brasil tem cerca de 200 milhões de cabeças, e o Paraguai, 8 milhões de bovinos.

O convênio também prevê a identificação de todos os animais com um brinco ou argola com cores diferentes para cada país e capacitação técnica de servidores públicos e produtores, com ênfase em educação sanitária e divulgação de campanhas.

A vacinação será conjunta e está programada para o mês de fevereiro.

BOLÍVIA

Para o secretário, as cinco ações devem estar totalmente aplicadas até março de 2006. "Depois, vamos apenas mantê-las, fazenda a vacinação anual e atualizando os dados cadastrais das propriedades e rebanhos".

Convênio semelhante será firmado com a Bolívia. Os acertos para o convênio com o governo boliviano foram feitos no começo de novembro, durante reunião em Santa Cruz de La Sierra.

Do lado paraguaio, o acordo foi assinado pelo presidente do Serviço Nacional de Controle e Sanidade Animal (Senacsa) do Paraguai, Hugo Corrales.