Título: Amazonas empenha quase o dobro previsto
Autor: Ricardo Westin
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/11/2005, Vida&, p. A10

O CAMPEÃO: Dos 17 Estados que informaram ao governo federal seus orçamentos de saúde referentes a 2004, o que mais investiu proporcionalmente foi o Amazonas. Enquanto a maioria dos Estados investiu algo muito próximo do mínimo de 12% da arrecadação de impostos exigido pela Constituição ou simplesmente ficou abaixo da meta, o Amazonas aplicou 24,4%. No maior Estado do Brasil, cerca de 60% de todos os recursos são divididos entre saúde, educação e segurança. Desses três, neste ano, o que tem maior orçamento com recursos próprios é a saúde, com R$ 1,04 bilhão.

Todos os municípios do Amazonas têm um hospital estadual. Em Manaus, onde está metade da população do Estado, há 46 hospitais. O governo também investe em centros especializados em cardiologia, ortopedia e nefrologia. Quando se trata de saúde, o Amazonas é referência para toda a região ocidental da Amazônia, que inclui Acre, Roraima e Rondônia.

Enquanto o País passa por um aumento de casos de dengue em relação ao ano passado, no Amazonas a doença está sob controle. Até agora, foram registrados cerca de 1.800 casos no ano, número inferior aos dos últimos três anos (2 mil casos) e de 2001 (32 mil casos).

O secretário estadual da Saúde, o médico Wilson Alecrim (na foto), defende que sejam claramente definidos o que são recursos de saúde, "para que o dinheiro não seja contaminado por outras áreas". No Amazonas, diz ele, a "contaminação inexiste".

"Saúde é o melhor investimento que há. Se o indivíduo tem saúde, ele vai produzir mais e ter chances de melhorar de vida. Além disso, se ele produz, o Estado arrecada mais", diz o secretário. "Se não investimos em saúde, perpetuamos o ciclo de pobreza. O indivíduo doente produz pouco. O Estado arrecada menos e ainda tem de gastar mais, para tratar a doença e a pobreza dele."

Na outra ponta de lista, o Estado que menos aplicou em saúde pública foi o Ceará, que investiu na área 8,42% da arrecadação de impostos no ano passado. A Secretaria da Saúde foi procurada pelo Estado, mas não quis comentar a situação.