Título: Em Cascalho Rico, renda per capita de R$ 101 mil
Autor: Nilson Brandão Junior
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/11/2005, Economia & Negócios, p. B18

RIO - A localidade de Cascalho Rico (MG) entrou no seleto grupo dos dez maiores municípios em PIB per capita, basicamente por causa de uma grande usina hidrelétrica que funciona na cidade, onde moram só 2.619 pessoas. Na lista, há uma série de cidades beneficiadas também pelo petróleo, mas isso não basta para garantir o desenvolvimento social. ¿Falta trazer investimentos estruturantes para estes locais¿, alerta o professor da Universidade Cândido Mendes em Campos, Rodrigo Serra. Ele explica que os dados do IBGE referem-se à riqueza criada por município. ¿É riqueza gerada, não fixada. Isso dá uma falsa impressão.¿ O PIB per capita é a simples divisão aritmética do valor do PIB pelo total da população residente, independente da idade ou do fato de a pessoa trabalhar ou não. Não é o rendimento do trabalho ou de aplicações financeiras. E o dinheiro nem sempre permanece no local. Um exemplo é o caso do valor adicionado de uma indústria filial num município, que é transferido para matriz em outra região ou investido em outro lugar.

Em Cascalho Rico funciona a terceira maior hidrelétrica do Estado, a Usina de Emborcação, que gera perto de 10% da energia estadual, além de uma indústria. A renda per capita anual lá é de R$ 101 mil. Irrealmente alta, dentre outros motivos, porque a população é pequena.

Já São Francisco do Conde (BA) tem o maior PIB per capita do País, de R$ 282 mil por habitante. No município, funciona a Refinaria Landulpho Alves, que teve, em 1999, as instalações ampliadas.

Para comparação, o PIB per capita da capital de São Paulo, onde moram 10,5 milhões de pessoas, é de R$ 12.154. Moram em São Francisco do Conde 28.665 pessoas. Paulínia (SP) foi da 9ª para a 4ª colocação no ranking per capita, com valor de R$ 174 mil. No outro extremo, Bacuri (MA) tem o menor PIB per capita do País, R$ 697.