Título: Em 5 anos, setor de serviços cresceu 50%
Autor: Márcia De Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2005, Economia & Negócios, p. B1

Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada ontem, o número de empresas de serviços aumentou 50% desde 1998, chegando a 923 mil em 2003. No mesmo período, o número de empregados cresceu 28%. A gerente de análise do IBGE, Clician Oliveira, explicou que a população economicamente ativa no setor tem crescido acima da média dos demais segmentos. "Várias partes do processo logístico industrial estão hoje em processo de terceirização, como transporte e gerenciamento de estoques e, além disso, os serviços têm a dinâmica de atividades modernas, como telecomunicações e informática", observou.

O número de ocupados no segmento de serviços prestados às empresas, por exemplo, cresceu 40% de 1998 a 2003. Na informática, o crescimento foi de 80%.

A pesquisa também mostrou que a renda dos trabalhadores de serviços não acompanhou a expansão da mão-de-obra e caiu de 4,1 salários mínimos para 3,2 no período. A redução mais drástica ocorreu exatamente no segmento de informática, de 9,4 mínimos para 6,2.

No período mais recente, as comparações entre o período de referência da pesquisa (2003) e o ano anterior mostram queda de 3,3% na remuneração média mensal, de 3,3 para 3,2 salários mínimos, além de uma perda real (deflacionada pelo IPCA) de 4,2% na receita operacional líquida do total de empresas do setor. Houve pequena redução também no número de ocupados (-0,4%) entre 2002 e 2003.

Juliana Vasconcelos disse que os dados da pesquisa estruturalmente confirmam que os serviços vêm absorvendo parte dos trabalhadores que foram dispensados no processo de reestruturação produtiva da indústria, mas o número de ocupados ficou praticamente estável em 2003 ante o ano anterior porque "foi um ano ruim para a economia".

A PAS traz informações sobre a estrutura produtiva do segmento empresarial de serviços não financeiros no Brasil. Em 2003, as empresas do setor auferiram R$ 326,6 bilhões de receita operacional líquida, empregando 6,758 milhões pessoas, cujos salários e outras remunerações atingiram R$ 63,1 bilhões.