Título: Dólar cai 0,64%, para R$ 2,189
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2005, Economia & Negócios, p. B12

Pelo segundo dia seguido o Banco Central fez leilões de swap reverso e de compra, e mesmo assim, o dólar fechou perto da cotação mínima, em R$ 2,189, em queda de 0,64%. O motivo principal foi a briga pela formação da taxa média do comercial (ptax). O paralelo caiu 0,12%, para R$ 2,427, a Bolsa avançou 0,94%, os juros futuros projetaram ligeira queda, o risco país subiu 0,87%, para 348 pontos, e o A-Bond perdeu 0,45%, vendido com ágio de 5,05%. Houve um forte aumento no número de contratos de dólar futuro negociados. A maioria está posicionada na venda, e queria derrubar as cotações à vista para antecipar o enfraquecimento da ptax . E para tentar impedir que o dólar caia mais, o BC anunciou para hoje mais um leilão de swap reverso e reforçou a oferta para 12.400 contratos, com 5 vencimentos e valor total de US$ 600 milhões. Ontem, a BM&F registrou o maior número de contratos de dólar futuro negociados no ano, 342.366, com giro financeiro de US$ 17,1 bilhões. E os oito vencimentos transacionados projetaram queda.

A ptax de venda de hoje será usada amanhã na liquidação do contrato de dólar de dezembro. Quanto mais fraca fechar, maior será o retorno para esses investidores.

Com liquidez bastante reduzida, a Bovespa acompanhou o comportamento do mercado americano e fechou no azul. O movimento financeiro ficou em R$ 1,476 bilhão. "Mais uma vez, a Bolsa mostrou que está com vontade de subir, mas está sem dinheiro para se sustentar", comentou um operador. A Bolsa paulista abriu em alta por causa do anúncio de que o Tesouro Nacional concluiu a emissão de Globals 2034 no valor de US$ 500 milhões.

As maiores altas foram de TIM Par ON (7,94%), Cesp PN (4,16%) e TIM Par PN (2,73%). As maiores quedas foram de Itaubanco PN (1,39%), Acesita PN (0,97%) e Bradespar PN (0,90%).

As taxas de juro futuras fecharam em queda por causa, principalmente, do recuo do dólar e da especulação de que o resultado do PIB do terceiro trimestre, que sai hoje, mostrará uma queda mais intensa do que se prevê. O contrato mais negociado, o de janeiro de 2007, projetou taxa de 16,90% ao ano, ante 16,94% na véspera.

No leilão de títulos do Tesouro Nacional, o mercado mostrou apetite por papéis prefixados.