Título: Patrus corre o País e avalia Bolsa-Família
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/11/2005, Nacional, p. A4

Ministro vai ver de perto efeitos do programa, mas nega uso eleitoral

O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, começou a correr o País para ver de perto os efeitos dos programas gerenciados por sua pasta - Bolsa-Família, compra direta e programa do leite, entre outros. Apesar de a área social ser o principal trunfo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições de 2006, Patrus nega que o governo vá usar os programas como moeda eleitoral. "O que nos motiva não é a questão eleitoral. Estamos dando cidadania e consciência para que essas pessoas não troquem mais um voto por um prato de comida", afirmou o ministro ao Estado.

Patrus afirma que no governo Lula "não há assistencialismo ou clientelismo". "Estamos superando essa fase", disse. Os programas do ministério, afirma, são políticas públicas, com normas legais, fiscalização e ações integradas com Estados e municípios comandados por todos os partidos.

"É um desrespeito com os pobres vincular seus direitos a questões eleitorais. Estamos consolidando uma rede de proteção social", afirmou. Entre os programas tocados pelo ministério, o principal é mesmo o Bolsa-Família.

Mas entram na rede também o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, a distribuição de leite e a compra direta - em que o governo compra antecipadamente e por preço fixo a produção de pequenos agricultores -, os restaurantes populares a R$ 1 e outras ações.

"Estamos colocando em prática uma opção da sociedade brasileira, colocando a assistência social como uma política pública, cumprindo a Constituição, que determina atenção especial às populações mais vulneráveis", garantiu. O ministro acredita que as ações sociais podem ter peso nas próximas eleições, mas afirma que não trabalha com isso.

"O que nos motiva é a ética e, no meu caso, os valores cristãos", disse.