Título: Agora, diz, seguirá lema de Lula: 'Deixa a vida me levar'
Autor: João Domingos
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/12/2005, Nacional, p. A4

A entrevista coletiva do ex-deputado José Dirceu (PT-SP) acabou servindo como solenidade de despedida. Quando ele chegou a um dos auditórios da Câmara, às 14h30, além de um batalhão de jornalistas já o aguardavam quase uma dezena de deputados petistas. Aos poucos, outras dezenas chegaram, a ponto de a assessoria de Dirceu entregar-lhe, a toda hora, nova lista de presentes. Entre os que foram ao auditório prestar solidariedade ao ex-ministro estavam, além dos petistas, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o presidente da Infraero, Carlos Wilson, este levado do PTB para o PT por Dirceu. "Preso político ontem, perseguido político hoje", dizia um cartaz levado ao local.

No início tenso, Dirceu descontraiu-se ao longo da entrevista. Fez brincadeiras consigo mesmo e com os repórteres. Ao se negar a responder a uma pergunta, disse: "Vão dizer: Dirceu está aí de novo, achando que é o rei da cocada..." E negou que esteja morto: "Estou muito bem. Tenho 30 anos pela frente."

Ele arrancou risos ao afirmar que seguirá um verso do cantor Zeca Pagodinho, muito citado por Lula: "Deixa a vida me levar, como diz o presidente..., Zeca Pagodinho... É, acho que é do Zeca Pagodinho."