Título: Estrangeiro faz Bolsa bater recordes
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/12/2005, Economia & Negócios, p. B15

Com forte presença do investidor estrangeiro, a Bovespa bateu recorde de pontuação (32.617) e "intraday" (32.700), em alta de 2,19%, e com giro financeiro superior a R$ 2 bilhões pelo segundo dia seguido - R$ 2,225 bilhões. A queda recorde do risco país também ajudou (ver página B6). O dólar subiu 0,73%, para R$ 2,221, o paralelo avançou 0,41%, para R$ 2,46, o A-Bond ganhou 1,1%, vendido com ágio de 6%, e os juros ficaram estáveis. "O gringo voltou e pegou os 'vendidos' no contrapé, na quarta-feira. Quem apostava na baixa teve de reverter a posição, jogando a Bolsa para cima", comentou um operador. Só cinco ações do Ibovespa fecharam em queda. Na cotação máxima do dia, o índice registrou alta de 2,46%.

Parte do volume financeiro foi gerada por uma correção de carteiras, tendo em vista que a Bolsa divulgou, de manhã, a primeira prévia do Ibovespa que vai vigorar de janeiro a abril. Mas foi o fluxo externo que melhorou o humor no mercado de ações. Há uma forte expectativa de que o PIB do quarto trimestre crescerá, e assim continuará em 2006. "E o investidor estrangeiro está percebendo isso", disse um operador.

As maiores altas foram de Contax ON (6,11%), BRT Operadora PN (5,97%) e NET PN (5,10%). As maiores quedas foram de TIM Par PN (1,06%), Tele Centro Oeste PN (0,90%) e Embraer ON (0,51%).

Depois de atingir a mínima de R$ 2,21, após o leilão de swap reverso e do recorde de queda do risco Brasil, o comercial subiu à tarde. A expectativa de que o Banco Central poderá fazer hoje leilões de swap reverso e de compra justificou a manutenção das apostas na alta das cotações futuras, que estimularam ajustes de posições à vista.

O mercado acredita que o Banco Central deseja uma taxa de câmbio mais alta no encerramento do ano. Este sentimento ganhou força após a queda do PIB do terceiro trimestre, que provocou enorme discussão e críticas à política de juros e câmbio. Além disso, o BC foi mais agressivo nos leilões desta semana.

A ata do Copom ajudou a compor o ambiente de maior cautela no mercado de juros. Mas ainda se espera uma queda de 0,50 a 0,75 ponto porcentual na Selic, este mês. O principal motivo é que a ata não poderia levar em conta a queda do PIB, que só foi divulgada anteontem.