Título: Oposição ameaça convocar Palocci
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Fonte: O Estado de São Paulo, 06/12/2005, Nacional, p. A7

Se o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), não conseguir acertar hoje a data de comparecimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, os senadores votarão na quinta-feira o requerimento convocando-o para depor. Neste caso, Palocci comparecerá na próxima terça-feira. A idéia de dar um ultimato a Palocci recebeu o aval do relator Garibaldi Alves (PMDB-RN) e do líder do PFL, José Agripino (RN). Para o líder, Efraim tentou se comunicar com Palocci e não conseguiu.

No telefonema que recebeu ontem de Palocci, o vice-líder do PT, senador Tião Viana (AC), afirmou que o ministro está disponível para atender à CPI e recebeu uma única ligação de Efraim, na quarta-feira, quando estava viajando.

"Deve haver um mal entendido aí", afirmou Tião.

Garibaldi lembrou que houve um acordo, "um consenso" no sentido de prestigiar o ministro, ao evitar a sua convocação. A data de seu comparecimento seria acertada numa conversa, por telefone, com o presidente da CPI. Em troca, Palocci assinaria um termo dando às suas palavras o mesmo peso jurídico de um depoimento normal. "Isso foi feito para ser cumprido e pelo que eu conheço do ministro, ele virá", previu o relator.

Amanhã, vão depor na comissão dois amigos do ministro: os empresários Roberto Carlos Kurzweil e Roberto Colnaghi. Eles foram convocados por iniciativa do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), para falar da suposta doação de US$ 3 milhões que teria sido feita pelo governo de Cuba para o caixa 2 do PT, na campanha de 2002.

SÊNECA

Kurzweil é dono da locadora que emprestou o Ômega blindado que teria sido usado para transportar, de Campinas para São Paulo, os dólares de Cuba.

Roberto Colnaghi, é dono do avião Sêneca que teria transportado o dinheiro e um dos sócios do jato Citation, prefixo PT-XAC, utilizado pelo ministro Palocci na campanha do presidente Lula.