Título: Greve no PT acaba e salários saem até dia 9
Autor: Clarissa Oliveira
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/12/2005, Nacional, p. A9

Os funcionários do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores decidiram suspender ontem a greve iniciada na sexta-feira, após terem se reunido em assembléia com representantes da comissão executiva da legenda. De acordo com o secretário adjunto de Organização do PT, Francisco Campos, os empregados se comprometeram a retornar ao trabalho, apesar do atraso no pagamento de salários referentes ao mês de novembro. Segundo ele, o partido realizará os pagamentos pendentes até sexta-feira. "Tivemos uma conversa muito boa na assembléia", afirmou Campos. De acordo com o secretário, o fim da paralisação foi possível em grande parte graças ao compromisso do PT de manter um diálogo mais transparente com a comissão de funcionários. "A greve se estabeleceu por causa do atraso de salários mas também por uma falta de comunicação", acrescentou.

O atraso de salários tem sido recorrente no PT, mas a nova direção, que tomou posse no dia 22 de outubro, havia se comprometido a avisar, sempre que isso pudesse ocorrer, com 10 dias de antecedência. Na última segunda feira, os dirigentes avisaram da impossibilidade de quitar os vencimentos de novembro dali a dois dias. Os funcionários, então, suspenderam as atividades conforme decisão da assembléia, na quinta-feira. A greve foi precipitada também por causa das demissões que atingiram 37 funcionários do Diretório, entre os dias 10 e 20 de novembro. Parte dos funcionários questionou o critério de escolha dos dispensados.

A paralisação durou de sexta-feira até ontem. Nesse período, cerca de 60 dos 79 funcionários do Diretório Nacional do PT em São Paulo deixaram de trabalhar. Na sexta, os funcionários com salário de até R$ 1.500 receberam suas remunerações, enquanto os demais pagamentos continuaram suspensos.

Apesar do fim da paralisação, a direção do PT não descartou um novo atraso nos pagamentos referentes ao mês de dezembro e ao 13.º salário. De acordo com Campos, a questão será debatida com os funcionários assim que o partido tiver uma posição mais clara sobre as finanças desse período.