Título: Fundos acham que relatório é 'absurdo e infundado'
Autor: Expedito Filho e Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2005, Nacional, p. A4

Os fundos de pensão Prece, Petros e Funcef contestaram ontem as denúncias de que tiveram prejuízos com aplicações. Os três classificaram de "precipitado", "infundado" o relatório do deputado ACM Neto. A Prece divulgou nota acusando o relatório de ser "absurdo" e ter "inconsistências tão gritantes que serão facilmente prováveis em qualquer tribunal". A diretoria assegura que a rentabilidade das aplicações superou as metas em 2003 e 2004. Na nota, considera que há "interesses políticos inconfessáveis" por trás das acusações.

"Como a Prece pode ter perdido R$ 54,4 milhões em 2003 e crescer a carteira em R$ 29,43 milhões? Como pode começar 2004 com R$ 109 milhões, ganhar R$ 19,625 milhões e perder R$ 138,936 milhões, mais que a totalidade da carteira?", diz. "Como a carteira da renda fixa teve rentabilidade superior à meta atuarial e a Prece continua com volume crescente de aplicações, de onde saíram os recursos para as perdas alegadas? Como pode a Prece perder R$ 309 milhões e crescer a carteira? De onde saiu a perda se o patrimônio de 2003 a 2005 cresceu cerca de R$ 273 milhões?"

A diretoria da Petros convocou para hoje entrevista, para "esclarecer com detalhes a série de informações infundadas que ferem a imagem" do fundo. "A Petros atingiu rentabilidade na atual gestão, de fevereiro de 2003 até novembro de 2005, de 72%, frente a uma meta atuarial de 43%", garante em boletim eletrônico. "No que se refere a ativos negociados na Bovespa e na BM&F, a rentabilidade foi de 239%, 5 vezes mais que a meta atuarial e bem acima do Índice Bovespa, que foi de 207%."

A Funcef considera "precipitadas e sem sustentação técnica as informações" da CPI e informa que seus resultados "superam os índices de referência para cada tipo de investimento" desde 2003. "A Funcef rechaça que tenha sofrido prejuízos de qualquer ordem."