Título: Tuma pede ao presidente da comissão proteção para a família Gabrilli
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2005, Nacional, p. A5

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) pediu ao presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), que providencie garantia de vida para a secretária especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo, Mara Gabrilli, e seus parentes. Tuma pediu que Mara relatasse à CPI o encontro, na semana passada, quando chegava em casa, com homens armados que estavam em dois carros e uma moto, que se apresentaram como policiais civis. Segundo Mara, mais tarde a Polícia Militar confirmou que os homens não eram policiais. Depois desse episódio, ela passou a receber ligações feitas por estranhos, de telefones públicos, apenas para checar se a linha pertence a ela. Tuma contou que uma sobrinha de Mara, que é veterinária, recebeu ligações de uma mulher que grita, dizendo que está sendo seqüestrada. Foi constatado que as ligações partiram de presídios.

Tetraplégica, Mara em nenhum momento titubeou nas suas declarações. O namorado Alfredo Galeb a auxiliava segurando o microfone ou levando o copo d'água a seus lábios. Ao lado dos assessores, ficou sua assistente, uma moça cujo nome não foi revelado que estava a seu lado na conversa com Lula. Mara contou que ficou deficiente em 1994, quando fraturou o pescoço num acidente de carro.

Ela disse que estava ali "como filha de uma pessoa que durante muito tempo passou por uma situação muito difícil": "Se eu chorar, os senhores tenham paciência, é que eu me emociono quando falo em meu pai."

Os senadores elogiaram sua disposição e coragem em depor numa CPI. "Quero lhe dar minha solidariedade e dizer que a Justiça tarda mas não falha", afirmou o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Nunca, num depoimento, os gestos de carinho dos parlamentares foram tão expressivos: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Romeu Tuma (PFL-SP) e José Agripino (PFL-RN)a beijaram na testa antes de deixar a sala.