Título: Líder do PFL quer ampliar investigação nas estatais
Autor: Diego Escosteguy, Marcelo de Moraes
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/12/2005, Nacional, p. A14

A oposição defende a realização de ampla e detalhada investigação sobre as operações envolvendo estatais e o Ministério do Trabalho que tiveram notas frias das empresas de Marcos Valério. "São notas frias demais esquentando essas operações. Temos de verificar se houve má-fé de diretores de estatal na hora de autorizar todas as operações", disse o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). Segundo laudo do Instituto Nacional de Criminalística enviado à CPI dos Correios, empresas de Marcos Valério fraudaram 54 mil notas fiscais para atestar serviços prestados a Eletronorte, Banco do Brasil e Ministério do Trabalho, entre outros clientes. Essas fraudes foram feitas com autorizações de impressão de documento fiscal (AIDFs), que são permissões das prefeituras para que empresas emitam notas fiscais.

PREFEITURAS

"Não tenho dúvidas de que a CPI e os órgãos de fiscalização do governo devem conferir todas essas operações, porque envolviam grandes somas de dinheiro público e tiveram notas frias como documentos de comprovação", disse Maia. "São somas altas. É muito estranho que nunca tenha sido descoberto que essas notas eram frias."

A oposição também acha que deve ser investigada a possibilidade de conivência das prefeituras de Rio Acima e Catas Altas no uso irregular de AIDFs e emissão de notas frias. As empresas de Valério se instalaram nas duas cidades, localizadas na região metropolitana de Belo Horizonte, para se beneficiar de vantagens fiscais.