Título: Varig avalia proposta de argentinos
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/12/2005, Economia & Negócios, p. B18

A Varig esteve reunida ontem com um investidor numa negociação cercada de mistérios. Segundo fontes do setor, o grupo seria argentino, mas a assessoria de imprensa dessa empresa apresentou o novo interessado como sendo o grupo Alvarez, Transportes, Comércio e Participações Ltda. Essa companhia teria sede em São Paulo e "origem no Mercosul", região na qual controlaria negócios no setor de transportes, alimentação e hotelaria. Busca realizada na internet, no entanto, não localizou nenhuma referência a tal companhia. O valor do investimento e os detalhes da negociação não foram revelados pela assessoria do grupo Alvarez. A Fundação Ruben Berta (FRB), controladora da Varig, também não forneceu qualquer informação. O presidente do conselho de curadores da FRB, Cesar Curi, disse que não comenta negócios em andamento. Segundo um executivo da Varig, no entanto, o negócio não vingou porque não houve nenhuma comprovação do investimento que esse investidor estaria disposto a fazer.

Fontes do setor contam que o grupo Alvarez havia se comprometido a fazer um depósito até por volta das 21h30 de ontem, o que não aconteceu. A assessoria de imprensa do suposto investidor informou que toda a documentação relativa ao negócio poderá aparecer na segunda-feira. O grupo Alvarez informa que seu interesse é pela aquisição do controle da Varig, atualmente nas mãos da FRB. A legislação do setor aéreo limita a 20% a participação de empresas estrangeiras em companhia aéreas brasileiras.

O objetivo seria reintegrar a VarigLog e Varig Engenharia e Manutenção (VEM), adquiridas por US$ 62 milhões pela portuguesa TAP, contam as fontes. A oferta do grupo Alvarez seria superior à da TAP, que, além dos US$ 62 milhões usados para quitar dívidas com empresas de leasing de aviões, mostrou interesse em desembolsar até US$ 500 milhões para ter 20% do capital da Varig.

WEBJET

A WebJet, que começou a voar em 12 de julho, vai operar somente vôos fretados por meio de acordos com operadoras de turismo. A empresa chegou a operar vôos regulares entre Rio, São Paulo, Florianópolis, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte, com apenas um avião e 120 empregados. Mas foi sufocada pelas grandes do setor logo após sua estréia. TAM, Gol e Varig reduziram seus preços nos mesmos trechos que a novata, o que levou a WebJet a suspender sua estréia em Salvador, cancelar a rota para Brasília e deixar de voar por pelo menos três vezes. A empresa também teve de suspender a compra de uma segunda aeronave e a contratação de 100 funcionários.