Título: Bolsa lidera ranking de investimentos no mês
Autor: Tom Morooka
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/12/2005, Economia & Negócios, p. B11

Cenário externo favorável e possibilidade de aceleração da queda do juro causaram valorização de 5,71%

A melhora de expectativas com o cenário externo, depois que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) sugeriu a proximidade do fim do ciclo de elevação dos juros de curto prazo nos EUA, e o sentimento de que o Banco Central poderá acelerar o ritmo de redução da taxa básica de juros, internamente, deram mobilidade suficiente para que a Bolsa de São Paulo ganhasse a corrida dos investimentos em novembro, com valorização de 5,71%. A esses fatores se somou ainda, para o desempenho positivo das ações, a perspectiva de permanência do ministro Antonio Palocci no comando da Fazenda. A bolsa também é a mais rentável no ano, com valorização de 21,84%. A segunda posição no ranking foi sustentada pelo ouro. O grama do metal negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) subiu 4,91%. A alta foi considerada circunstancial, refletindo o avanço das cotações internacionais. Apesar do avanço em novembro, o ouro amarga perda de 6,00% no ano.

As posições seguintes foram ocupadas, mais uma vez, pelas aplicações de renda fixa. A mais rentável, entre as opções de investimento remuneradas por taxas de juro, foi o CDB para valores superiores a R$ 100 mil, com rendimento médio bruto de 1,44%, seguido pelos fundos de renda fixa e DI, ambos com 1,28%, também bruto. Todas as aplicações de renda fixa, incluída a caderneta de poupança, renderam mais que a inflação de 0,40% calculada pelo IGP-M (ver tabela). No ano, o CDB rende 17,66%; os fundos DI, 17,36% e os de renda fixa, 16,97%.

O dólar comercial não escapou, mais uma mês, da última posição da corrida dos investimentos, com desvalorização de 2,09% em novembro, apesar dos leilões de compra de dólar à vista e de venda de contratos de swap cambial reverso promovidos pelo Banco Central. Em geral, tanto um quanto outro costumam dar suporte às cotações do dólar. No caso da compra, pela retirada de divisas do mercado; no leilão reverso, o BC oferta contratos cambiais no mercado futuro ou de derivativos, dando ao comprador dos contratos a opção de troca de remuneração cambial pela dos juros. A operação tem, sobre os preços, efeito idêntico ao de compra. A perda do dólar comercial acumulada no ano está em 16,92%.

A pressão de alta da atuação do BC sobre os preços está sendo neutralizada, principalmente, pelo ingresso volumoso de recursos externos para aplicação em juros futuros, operações que não levam à entrada física de divisas, mas afetam a cotação do dólar à vista.