Título: Princesa visita ECT para saber do microcrédito
Autor: Isabel Sobral
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/12/2005, Economia & Negócios, p. B11

Alvo das investigações de uma das CPIs do Congresso, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) teve ontem um dia de realeza, ao receber a visita da princesa Máxima Cerruti, da Holanda. Conselheira da Organização das Nações Unidas, a princesa conheceu o funcionamento do Banco Postal, que opera dentro do programa de microcrédito do governo federal, destinado à população de baixa renda e a pequenos empreendimentos. A ONU elegeu 2005 o ano internacional do microcrédito, e a princesa participa da ofensiva da entidade para promover essa forma de financiamento no mundo. A comitiva holandesa também conversou sobre o assunto, ao longo do dia, com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Na sede dos Correios, os holandeses conheceram a evolução do programa no País desde 2000, após a aprovação da legislação que promoveu a reforma postal e permitiu que a ECT se tornasse correspondente bancária do Bradesco, em 2002, para a operacionalização dos empréstimos.

A princesa quis saber se estavam sendo totalmente aproveitados em financiamentos aos microempreendedores os 2% dos depósitos em conta corrente que devem ser direcionados obrigatoriamente pelos bancos ao microcrédito. Segundo o diretor financeiro dos Correios, José Osvaldo Carvalho, a resposta exata à pergunta deveria ser dada pelo BC. No caso do Banco Postal, o estoque de empréstimos concedidos até novembro totaliza R$ 258,3 milhões. O Banco Postal tem 4,3 milhões de correntistas, sendo 46,26% com renda mensal entre 1 e 3 salários mínimos, 17% têm renda superior a R$ 900 e 36,68% ganham até 1 salário mínimo.