Título: EUA revisam para cima PIB do 3.º trimestre
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/12/2005, Economia & Negócios, p. B10

Crescimento de 4,3% supera expectativas dos economistas

O governo americano revisou para cima o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, dos 3,8% anunciados há um mês para 4,3% (projeção anualizada), acima da expectativa dos economistas (4%). Foi o melhor desempenho desde o primeiro trimestre de 2004, quando o PIB atingiu os mesmos 4,3%. O melhor número registrado nos últimos anos foi o salto de 7,2% do terceiro trimestre de 2003, embora a base de comparação fosse fraca. "Tenho boas notícias econômicas para a nação. Os trabalhadores e as empresas dos Estados Unidos superaram os desafios de dois furacões e dos preços altos da energia", disse o presidente George W. Bush, ao anunciar o resultado. Bush se referia aos furacões Katrina e Rita, que assolaram o Golfo do México no final de agosto e início de setembro, destruindo instalações de extração de petróleo e gás. O Wilma causou menos estragos no mês passado.

"Não há como negar que foi um desempenho muito bom", comentou Ken Mayland, presidente do site ClearView Economics.

Embora a economia tenha superado o impacto dos furacões de um modo melhor do que o esperado, o mercado de trabalho foi afetado. Em setembro, pela primeira vez em dois anos, o número de contratações caiu. Apenas 56 mil trabalhadores foram admitidos, desempenho considerado muito fraco.

A alta do PIB foi puxada pelos gastos das empresas com equipamentos e software, que cresceram 10,8%, e pelos investimentos na construção de imóveis residenciais e outros projetos ligados a essa atividade, que aumentaram 8,4%. Já os gastos do consumidor, que respondem por quase dois terços do PIB, avançaram 4,2%.

O governo também corrigiu o índice oficial de preços, que subiu 3,6% (anualizadamente), um pouco abaixo do número divulgado há um mês. Mas o núcleo desse índice subiu 1,2%, bem abaixo do 1,7% da primeira estimativa.

PREÇOS E LUCROS

Enquanto isso, o índice de preços levantado pela Divisão de Chicago da Associação Nacional de Gerenciamento de Compras atingiu o maior nível em 26 anos. Ele chegou a 94,1 pontos, contra 79,6 em outubro. Já o índice de atividade econômica no Centro-Oeste atingiu 61,7 pontos, ante 62,9 em outubro.

"São números preocupantes. A alta se deveu principalmente ao avanço dos preços da energia, em especial do gás natural", afirmou Dana Johnson, economista-chefe da Comerica.

E o Departamento do Comércio informou que o lucro das empresas amrericanas após o pagamento de impostos caiu 3,7% no terceiro trimestre, depois de ter subido 5,3% entre abril e junho. Foi o maior declínio em quatro anos.