Título: Espumantes são a vocação da indústria brasileira
Autor: Daniel Hessel Teich
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/12/2005, Economia & Negócios, p. B10

Produto vem obtendo bom desempenho em premiações internacionais e tem a vantagem do preço

O futuro da indústria de vinhos no Brasil está nos espumantes. Os grandes fabricantes brasileiros são unânimes em reconhecer a vocação do País para esse tipo de bebida. Segundo os dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), entre janeiro e setembro de 2005, apenas no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional, a produção de espumante do tipo champanhe no País aumentou 34% com relação ao mesmo período de 2004, chegando a 2 milhões de litros. Em se tratando do espumante à base de uva moscatel, tipo asti, o aumento foi de 61%, com 450 mil litros produzidos até setembro. "Hoje, 4 em cada 5 garrafas de espumante consumidos aqui são brasileiras. Em dois anos, a proporção deverá ser de nove garrafas de espumante brasileiro para cada dez consumidas", calcula Angelo Salton Neto, da Vinícola Salton - que deve fechar o ano com a produção de 2,7 milhões de garrafas de espumante, um volume 30% superior ao comercializado pela empresa em 2004.

"O nosso foco hoje está todo no espumante", diz Carlos Zanotto, da Vinícola Aurora. "O espumante nacional vive um grande momento, com excelente desempenho em premiações internacionais. Além disso, tem grande vantagem de preço com relação aos franceses e espanhóis, e não tem concorrência do Chile e Argentina."

A Aurora investe R$ 2,5 milhões apenas na produção de espumantes, o que deve elevar as atuais 1,5 milhão de garrafas para 3 milhões em 2007. Atualmente, os espumantes representam 10% de seu faturamento, previsto para R$ 133 milhões em 2005.

Para a Vinícola Miolo, o espumante Made in Serra Gaúcha é tão emblemático do Brasil que ela incluiu uma nova marca desse tipo de vinho em seu portfólio de exportação. Trata-se do espumante Bossa Nova, feito para ganhar o mundo.