Título: MEC vai contratar 4 mil professores
Autor: Lisandra Paraguassú e Renata Cafardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/12/2005, Vida&, p. A24

O Ministério da Educação (MEC) vai anunciar oficialmente nesta semana a realização de concurso para a contratação de 4 mil professores para as universidades federais. O decreto da liberação está com o Ministério do Planejamento, que precisa autorizar a operação. O ministério está já fazendo a divisão das vagas entre as instituições federais de ensino superior. Parte dessas vagas devem ser encaminhadas para as universidades que estão sendo criadas e as expansões que o ministério está fazendo.

Uma delas é a Universidade do Grande ABC, que deve começar a funcionar no segundo semestre do ano que vem. A instituição terá 500 vagas iniciais e será em Santo André. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tem anunciado neste ano sucessivas expansões: vai inaugurar campus em Diadema e na Baixada Santista.

Entre as outras instituições que estão sendo abertas ou transformadas em universidades pelo Ministério da Educação estão a Universidade Federal do Pampa (UFP), a Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

As vagas destinadas às instituições que já existem seguem uma matriz trabalhada entre o ministério e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que leva em conta número de alunos, cursos noturnos, aposentadorias e outros pontos.

GREVE

Os professores das federais, em greve há mais de 100 dias, estão esperando a chegada ao Congresso do projeto de lei, com os reajustes salariais propostos pelo governo, para tentar alterá-lo. Há um mês, as negociações chegaram a um impasse e o Ministério da Educação decidiu levar adiante sua proposta sem a concordância dos docentes.

"Estamos esperando o PL chegar ao Congresso para ver que espaço de manobra temos para alcançar uma proposta que seja melhor para os professores", disse Paulo Rizzo, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), o principal representante da da categoria.

Das universidades que aderiram à greve, as federais do Ceará, São Carlos e o campus de Catalão da Federal de Goiás, além da Unifesp (veja texto ao lado), já encerraram ou suspenderam a paralisação. Mas Rizzo garante que, até a semana que vem, quando analisarem o PL, a maioria das instituições continuará parada.

SUSPENSÃO: Os professores em greve da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) resolveram voltar ao trabalho ontem. Mas, segundo o presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp), Francisco Antonio de Castro Lacaz, a paralisação não está encerrada.

"Apenas suspendemos o movimento até a próxima assembléia, para analisarmos o projeto de lei que está sendo encaminhado ao Congresso pelo ministro", explicou. A assembléia da associação será no dia 15 e, de acordo com Lacaz, existe a possibilidade de a greve voltar depois disso.

De acordo com a reitoria da Unifesp, cerca de 30% dos professores estavam parados. O movimento começou na instituição no dia 10 de outubro.

Caso a greve seja encerrada definitivamente, a Unifesp já planeja calendários de reposição das aulas. Segundo a reitoria, as datas exatas serão decididas por alunos e professores. Há a possibilidade de elas se estenderem até o dia 16 e voltarem no meio de janeiro. Ou irem até o dia 23 e só retornarem em fevereiro.