Título: Alckmin propõe repetir com PFL parceria que elegeu FHC
Autor: Thiago Velloso
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/12/2005, Nacional, p. A9

Governador elogia partido e defende candidatura única para a disputa presidencial

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), propôs ontem que seu partido faça aliança com o PFL para que os dois partidos tenham candidato único à Presidência da República no ano que vem e reconstruam a bem-sucedida aliança que elegeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por duas vezes, em 1994 e 1998. Na semana passada, Alckmin não gostou quando o prefeito do Rio, Cesar Maia, já indicado pelo PFL como seu pré-candidato à Presidência, propôs a mesma coisa, mas apoiando a indicação do prefeito de São Paulo, José Serra, como candidato do PSDB. A fala de Maia causou fortes reações entre os aliados do governador paulista e dentro do próprio PFL, de tal forma que algumas expressivas lideranças pefelistas chegaram a pregar que o partido indicasse outro pré-candidato, em substituição ao prefeito.

As declarações de Maia acabaram ameaçando o processo de reconstrução da aliança vitoriosa de 1994/1998, mas ontem o próprio Alckmin retomou e revigorou a idéia, superando o mal-estar da semana passada.

CANDIDATURA ÚNICA

Ontem, ao retomar o tema, Alckmin elogiou o tradicional aliado do PSDB: "O PFL tem boas e importantes lideranças, compromissadas com o Brasil". Ele reconheceu que uma aliança dos tucanos com os pefelistas seria "natural". E revelou que também aceita a tese da candidatura única: "Cada um tem o seu partido, mas nós podemos ter uma aliança baseada em um projeto para o Brasil, um projeto conjunto", complementou.

Alckmin, que reproduziu a aliança com o PFL em sua eleição para o governo paulista, em 2002, desmentiu a impressão de seria contra a idéia da candidatura única de PSDB e PFL. Pelo contrário, disse que sempre foi um dos peessedebistas mais favoráveis à montagem de alianças com o PFL.

O governador de São Paulo citou expressamente a aliança para a eleição de 2002, que resultou na entrega do cargo de vice-governador para o pefelista Cláudio Lembo, que assumirá o governo a partir de abril, se Alckmin quiser se lançar candidato a algum cargo.

Ele lembrou que em 2002 a aliança extrapolou a eleição para o governo estadual. "Na época, fizemos também uma aliança com o senador Romeu Tuma (PFL-SP), que foi eleito (para o Senado) com o nosso apoio", observou Alckmin.

O governador opinou que a formalização de uma eventual aliança deve ficar para o próximo ano. Ele adiantou que respeita a posição atual do PFL, que é de manter a tese da candidatura própria: "Não tendo (o PFL) candidato, vamos trabalhar pela aliança", afirmou.

Alckmin ainda disse que, se depender dele, o cenário de possíveis alianças do PSDB deveria ser ainda mais amplo e englobar qualquer partido que esteja hoje no espaço que chamou de "espectro da oposição", o que configura uma mão estendida para PPS e PV, entre outros.