Título: Cartão gira R$ 14,5 bi em dezembro
Autor: Vera Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/12/2005, Economia & Negócios, p. B7

O mercado brasileiro de cartões de crédito terá o melhor Natal dos últimos 6 anos e fechará 2005 com um faturamento de R$ 127,6 bilhões. O resultado representa uma taxa de crescimento real, descontada a inflação (IPCA), de 20,4% em relação ao ano anterior, o melhor resultado desta década. Para o próximo ano a estimativa é que o setor fature R$ 155,6 bilhões, o que representará um crescimento real de 16,6% em relação a 2005. Os números são do estudo Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento, realizado pela Credicard. Só em dezembro, revela o levantamento, as vendas com cartões de crédito devem somar R$ 14,5 bilhões, um aumento de 26,7% ante o mesmo mês em 2005 e também o melhor resultado desde dezembro de 2000. "Parte deste avanço pode ser explicado pela crescente utilização do cartão para financiamento", diz o diretor de Marketing da Credicard, Fernando Chacon.

O atrativo, observa, é o parcelamento sem taxas de juros. Em 2005, 82,3% dos portadores de cartão dividiram seus gastos em parcelas sem juros. No acumulado de janeiro a novembro, esta modalidade representou 45,3% do faturamento da indústria de cartões.

Outro fato que impulsionou a ampliação do mercado foi a incorporação de financeiras por bancos e a parceria de bancos com empresas de varejo. "Com estas aquisições e parcerias um número muito grande de portadores de cartões de lojas ("private label") passou a ter cartões de crédito de bancos, principalmente a baixa renda", diz Chacon. Ele lembra que apenas nos últimos dois anos entraram em circulação no Brasil 22,3 milhões de novos plásticos . O número é equivalente ao mercado da Itália ou o da Alemanha, e três vezes maior que o da Argentina.

A crescente substituição do cheque pelo cartão como forma de pagamento é outra causa desta expansão. Entre 2000 e 2005 o número de cheques compensados caiu 25,4%, enquanto as transações com cartões, no mesmo período, cresceram 98,9%.

O número de cartões em circulação no País subiu de 52,7 milhões em 2004 para 66 milhões este ano. "A participação do volume de transações com cartão de crédito sobre o consumo privado deverá chegar a 11,7% no ano", diz Chacon. No próximo ano esta taxa deve ser elevada para 13,2%.

Para o executivo, há muito espaço para o crescimento deste mercado. "As empresas estão diversificando os financiamentos, com taxas atrativas que competem com o crédito pessoal e atraem a baixa renda."

DIVISÃO

A Credicard concluiu a separação de sua base de 7, 6 milhões de clientes entre os bancos Itaú e Citi, iniciada em fevereiro de 2004. Nessa ocasião o Unibanco, terceiro maior banco privado do País, anunciou sua saída da Credicard. Sua participação foi comprada pelo Itaú e pelo Citigroup, que passaram a controlar, sozinhos, a administradora de cartões.Cada um ficou com 50% do capital empresa. Em 2006 será decidido quem ficará com a marca Credicard.