Título: Para febraban, spread líquido anual é só de 2%
Autor: Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/12/2005, Economia & Negócios, p. B8

O spread líquido das operações de crédito no Brasil, no primeiro semestre de 2005, foi de apenas 1% (ou 2% em termos anualizados), de acordo com um recente estudo patrocinado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ligada à Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP).

O trabalho mostrou que, de cada R$ 100 de receita financeira dos bancos, a margem líquida, que vai para os acionistas, foi de R$ 8,10. O spread, porém, é calculado não sobre a receita financeira, mas sobre o saldo médio das operações. O estudo distingue três tipos de spread. No caso do "spread bruto", a variável a ser dividida pela saldo médio é a diferença entre as receitas financeiras das operações de crédito e o custo de captação dos recursos que são emprestados. O "spread direto" deduz do spread bruto as chamadas despesas diretas - os impostos sobre concessão de crédito (IOC) e sobre operações financeiras (IOF), além da provisão para devedores duvidosos e o Fundo Garantidor de Crédito.

O "spread líquido" deduz as despesas diretas e também as operacionais, que incluem pessoal, outras gastos operacionais, Imposto de Renda e contribuição social. O estudo foi realizado com dados de 11 bancos, que representavam 76,4% do total dos créditos do sistema.

De acordo com os dados do trabalho, no primeiro semestre de 2005, o spread bruto das operações de crédito foi de 7,9%, o bruto atingiu 5,3% e o líquido 1%. No caso de créditos para empresas, o spread líquido foi de 0,5%, e para pessoas físicas ele alcançou 1,6%.