Título: IGP-M cai a 0,06% na 1ª prévia do mês
Autor: Gustavo Freire
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/12/2005, Economia & Negócios, p. B8

A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de dezembro apontou alta de apenas 0,06%, índice quase três vezes inferior ao da prévia de novembro (0,16%). Segundo informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o resultado foi provocado pela queda de 0,70% nos preços dos combustíveis e lubrificantes no atacado. Para a FGV, a prévia reforçou a expectativa de que o IGP-M de dezembro possa fechar o mês abaixo de 0,50% - condição necessária para que a taxa anual do IGP-M de 2005, usada no reajuste de aluguéis, seja a menor da história do indicador, iniciada em 1989. Até a primeira prévia de dezembro, o IGP-M acumula alta de 1,28% no ano. Embora sem fazer previsões sobre o fechamento do indicador em dezembro, o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, considerou que são boas as condições para uma taxa reduzida no IGP-M de 2005. Ele lembrou que, atualmente, a menor taxa anual do índice é a de 1998 (1,78%). "Não dá para dizer com certeza qual patamar o IGP-M (de dezembro) vai fechar, mas o cenário é favorável."

Ao comentar a prévia anunciada ontem, Quadros disse que a queda nos preços dos combustíveis provocou a deflação dos preços do atacado, que caíram 0,07% na prévia de dezembro, ante alta de 0,13% em igual prévia em novembro.

Os preços no atacado são os de maior peso na formação do IGP-M. No setor de combustíveis, os destaques foram as taxas negativas nos preços de querosene para motores (-21,79%) e diesel (-0,54%). "Esses combustíveis têm grande peso na formação da inflação no atacado", disse o economista. Ele observou que a recente queda nos preços dos combustíveis no atacado, principalmente querosene para motores, pode continuar durante dezembro, o que poderia ser mais uma condição favorável a puxar para baixo a inflação no último mês do ano.

Além dos combustíveis, a prévia também foi beneficiada pela deflação nos produtos agrícolas no atacado (-0,22%), principalmente café (-0,76%). "O preço do café estava subindo muito na primeira prévia de novembro (8,43%), mas agora está se regularizando."

O bom comportamento dos preços no atacado conteve a alta de preços no varejo. Os preços ao consumidor subiram 0,34% na prévia de dezembro, ante 0,22% na prévia de novembro. "Mas esse resultado foi causado por influências sazonais", disse o economista, informando que a inflação no varejo foi puxada para cima por elevações passageiras em hortaliças e legumes (7,48%) e tarifa de eletricidade residencial (1,47%).

Já os preços na construção civil aceleraram de 0,17% para 0,21%, da prévia de novembro para a de dezembro.