Título: Gasolina se afasta dos preços externos
Autor: Lourival Sant'Anna
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/12/2005, Economia & Negócios, p. B8

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que os preços dos combustíveis no País podem se descolar das cotações internacionais depois que o Brasil atingir a auto-suficiência na produção de petróleo, prevista para o ano que vem. Segundo ele, a partir do momento em que a produção ultrapassar o consumo, a economia brasileira ficará independente das flutuações do mercado internacional. Atualmente, os preços da gasolina e do diesel, teoricamente atrelados ao mercado internacional, já mantêm uma certa distância deste padrão, mais rigoroso em outros combustíveis, como querosene de aviação e nafta. "A situação na economia brasileira ficará mais independente da situação do mercado internacional, tanto em termos físicos de fornecimento quanto em termos de preço. Portanto, podemos ter uma certa separação entre os preços brasileiros e internacionais", afirmou em entrevista após a assinatura dos contratos de construção da plataforma P-53, que será instalada no Campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos.

A variação dos preços internos segundo as cotações internacionais foi instituída logo após o fim do monopólio, em 1997, com o objetivo de atrair companhias privadas para o mercado brasileiro de petróleo. Em um primeiro momento, havia uma fórmula que usava como base uma cesta de produtos cotados no exterior. A partir de 2002, os preços foram liberados definitivamente. Naquele ano, por exemplo, o preço da gasolina foi alterado nove vezes - três aumentos e seis reduções.

Desde 2003, porém, a estatal adota maior cautela na hora de definir os preços dos combustíveis mais populares, principalmente, gasolina, diesel e gás de cozinha.

Gabrielli disse que a empresa ainda espera um novo nível para o preço do petróleo antes de definir se gasolina e diesel acompanharão a queda das cotações, que chegaram perto dos US$ 70 e hoje rondam os US$ 60.