Título: Posição no ranking ainda é muito ruim
Autor: Lisandra Paraguassú e Francisco Siqueira
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/12/2005, Vida&, p. A22

Os resultados melhores do País nos últimos anos não o tiraram de uma situação desconfortável no ranking internacional preparado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância. O Brasil ocupa a 88ª posição entre 192 países, onde a pior posição é o número 1. No ranking, feito pelo índice de mortalidade de crianças com menos de 5 anos, o Brasil ainda caiu duas posições do ano passado para cá, passando de 90º para 88º. O índice de mortalidade melhorou. No relatório Situação Mundial da Infância do ano passado, os dados, de 2003, apontavam para 35 mortes a cada mil nascidos vivos. O deste ano, com dados de 2005, registra 34 por mil nascidos vivos.

O que o ranking mostra é que outros países foram mais rápidos. A Turquia, por exemplo, caiu de 39 por mil para 32 por mil. El Salvador, de 36 por mil para 28 por mil. Os dois países passaram à frente do Brasil.

O relatório deste ano tem como tema "Excluídas e Invisíveis", as crianças às quais as políticas públicas não chegam, não só pela pobreza, mas porque, em muitos casos, oficialmente não existem. O Unicef calcula em 30% o índice de crianças que nascem todo ano e não são registradas. São 50 milhões, todo ano, que simplesmente não existem.

A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, afirma que o mundo corre sérios riscos de não alcançar as Metas do Milênio - objetivos traçados pelos países em 2000 para ser alcançados até 2015 - em grande parte porque está deixando as crianças para trás.

"Os governos têm de encontrar essas crianças excluídas e invisíveis, vítimas de preconceito, envolvidas em conflitos armados, para que sejam incluídas, tenham educação e saúde", alerta.