Título: Julgamento dos réus do caso Anaconda termina hoje
Autor: Laura Diniz
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/12/2004, Nacional, p. A15

"Amanhã eu falo. Vamos ver se o tribunal prende o Waldomiro (Diniz)", provocou ontem o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos na saída do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3). Ele participou, assim como outros dez réus, do segundo dia do julgamento da ação penal por formação de quadrilha, originada pela Operação Anaconda. O julgamento deve ser retomado hoje por volta de 9 horas e, se não houver pedido de vistas, terminará no fim do dia com o voto dos 16 desembargadores mais antigos. A declaração em que o Rocha Mattos "cobrou Justiça", segundo sua advogada, Daniela Pellin, foi o fato mais polêmico de um dia classificado como "tranqüilo" pela procuradora Luíza Frischeisen e como "previsível" pelo advogado Adriano Sales Vanni, que representa o juiz Casem Mazloum.

A sessão secreta do Órgão Especial do TRF-3 ouviu ontem, das 9h30 às 17 horas, a defesa feita pelos representantes de sete réus. Pela manhã, falaram os advogados do ex-delegado da Polícia Federal (PF) Jorge Luiz Bezerra da Silva, do agente da PF César Herman Rodrigues, do empresário Vagner Rocha e da ex-mulher de Rocha Mattos, Norma Regina Cunha. Durante a tarde, foi a vez dos defensores dos advogados Carlos Alberto da Costa Silva e Affonso Passarelli Filho e do empresário Sérgio Chiamarelli.

A defesa dos juízes Rocha Mattos e Casem Mazloum e dos ex-delegados da PF José Augusto Bellini e Dirceu Bertin foram feitas anteontem, assim como a sustentação oral das procuradoras da República Janice Ascari, Ana Lúcia Amaral e Luíza Frischeisen.

O juiz Ali Mazloum e seus advogados não participaram do julgamento, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) trancou anteontem a ação penal por formação de quadrilha em relação a ele. Casem pediu ao STF a extensão do benefício dado a Ali, mas o recurso ainda não foi julgado.