Título: Empregos formais dobram no ano
Autor: Vânia Cristino
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/12/2004, Economia, p. B4

O emprego formal, com carteira assinada, bateu novo recorde no ano. Com a criação de 79.022 novos postos de trabalho em novembro, o saldo líquido acumulado de janeiro a novembro de 2004 (diferença entre admitidos e desligados) chegou a 1.875.369, 98% acima dos 945.351 do mesmo período do ano passado. Os números do emprego formal foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini. O dado de novembro também é recorde para o mês. Para o ministro, os dados do mercado de trabalho traduzem o crescimento da economia, que resulta em empregos. "O emprego formal cresceu 8% até novembro, enquanto a economia vai crescer cerca de 5%", disse Berzoini. Mesmo contando com resultado negativo em dezembro, quando historicamente são perdidos postos de trabalho, Berzoini ainda acredita que são grandes as chances de a taxa de desemprego, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficar abaixo de dois dígitos no final do ano.

"Mais importante do que uma queda momentânea na taxa é a tendência de médio prazo", argumentou o ministro, acrescentando que o patamar médio da taxa de desemprego em 2005 certamente será inferior à verificada este ano. Berzoini também disse esperar que a melhora significativa do mercado de trabalho seja permanente. "O mercado de trabalho mudou para melhor. Se vai permanecer assim vai depender do que nós fizermos."

Embora menor do que o resultado de outubro, quando a economia foi capaz de criar 130.159 postos de trabalho, o desempenho em novembro é o mais expressivo para o mês já registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged). O saldo líquido de 79.022 novas ocupações no mês é mais do que o dobro de novembro de 2003, quando foram criados 34. 804 empregos com carteira assinada. O Caged é um cadastro mensal que todas as empresas do País têm de preencher e encaminhar ao governo toda vez que ocorre movimentação de pessoal nos quadros.

Em novembro, os setores que mais se destacaram na geração de empregos foram o comércio (com mais 84.794 postos de trabalho) e o serviços (mais 47.831). Devido a fatores sazonais, a indústria teve desempenho modesto, apresentando saldo líquido positivo de 8.008 novos postos de trabalho.

Já na construção civil a na agricultura, o resultado no mês foi negativo. A construção civil fechou 13.701 postos de trabalho e a agricultura, 44.632. O ministro também atribuiu essa queda a fatores sazonais e fez questão de lembrar que, no ano, o resultado dos dois setores é positivo.

Pelo terceiro mês consecutivo as regiões metropolitanas foram responsáveis por criar mais emprego do que o interior. Pelos dados do Caged, surgiram 66.159 postos de trabalho em nove regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre). Para os técnicos, essa inversão decorre da sazonalidade negativa das atividades agrícolas no Centro-Sul, em contraponto com o desempenho positivo das atividades urbanas, em especial o comércio e o serviço.